terça-feira, 31 de outubro de 2017

Courtney Love e Frances Bean em batalha judicial com homem que quer provar que Kurt Cobain foi assassinado


O defensor dessa teoria tenta há mais de 20 anos divulgar as fotos de Kurt Cobain sem vida

Courtney Love e a sua filha, Frances Bean, estão numa batalha judicial com Richard Lee, um jornalista que há 23 anos quer provar a sua teoria de que Kurt Cobain não se suicidou, tendo sim sido assassinado.

Para esse efeito, Richard Lee pretende divulgar as fotos de Kurt Cobain sem vida, tiradas pela polícia de Seattle na casa onde o músico morreu, em abril de 1994.

Esta é uma luta antiga de Richard Lee, travada pelo oposição da família de Kurt Cobain, segundo a qual a divulgação das imagens "não só exacerbaria o stress pós-traumático de que a Frances Bean sofre desde a infância como poderia incentivar o surgimento de mais ameaças de stalkers e fanáticos, colocando Frances e Courtney em perigo".

Segundo Courtney Love, há muitos anos que Richard Lee "persegue e assedia" a sua família, ao passo que Frances Bean garante que tem tido de lidar com o trauma da morte do seu pai ao longo de toda a sua vida.



blitz.sapo.pt

GRUNGE SPECIAL Documentary



Um documentário da VH1 relata todos os passos da cena de Seattle, indispensável a todos os fãs de grunge, relatando todos os passos dados pelos artistas da chamada "cena de Seattle", nos anos 80 e 90.

O documentário foca-se, sobretudo, na carreira dos Nirvana, porta-estandartes de todo o movimento, mas conta também com entevistas a nomes como Mark Arm (Mudhoney), Chris Cornell (Soundgarden) e Matt Cameron (Pearl Jam).

Este documentário pode ser visualizado na íntegra, através do YouTube:


                                                                        blitz.sapo.pt

Outro link


domingo, 29 de outubro de 2017

Quando Dave Grohl conheceu Mark Lanegan


Em entrevista para a revista Mojo, Dave Grohl falou sobre o ex-vocalista do SCREAMING TREES, Mark Lanegan, de quando o conheceu pela 1ª vez.

Lanegan e Grohl chegaram a tocar juntos em 2002 no QUEENS OF THE STONE AGE:

"Quando me mudei para Seattle para me juntar ao NIRVANA, fui morar com Krist Novoselic em seu apartamento na cidade vizinha de Tacoma. Krist tem 02 metros de altura e já estava morando com a sua esposa naquele pequeno apartamento, sendo que eu dormia no sótão. Depois de 03 semanas me perguntaram com muita delicadeza: ‘Você quer morar com Kurt Cobain na cidade de Olympia?’"

“Daí eu fui morar com Kurt e depois de algumas semanas, Kurt me disse: ‘Vamos até Seattle por 01 noite? Tem uma banda que vai estar tocando lá e podemos ficar na casa do meu amigo, Dylan’".

“Nós fomos e acordei na manhã seguinte no sofá, sendo que havia alguém sentado em uma cadeira, fumando e me encarando”.

“Eu disse: ‘Oi'”.

“E a pessoa me respondeu: ‘Quem diabos é você?’"

“Eu disse: 'Sou o novo baterista da banda de Kurt, Dave'”.

“E ele me disse: 'Ah...'”

“Esta pessoa era Mark Lanegan, cara”.

“Eu não sabia nada sobre o SCREAMING TREES e não sabia nada sobre a sua música, mas todos nós ficamos conversando por algum tempo. Ele é um grande cara! Alguns diriam que ele é uma pessoa intimidante, mas foi uma ótima maneira de conhecê-lo”.

“A coleção de álbuns que tínhamos naquele pequeno apartamento onde Kurt morava, era 01 disco da banda DEVO, alguns singles e o 1º álbum solo de Mark Lanegan, “The Winding Sheet” (1990), sendo que eu ainda escuto esse álbum pelo menos 01 vez por mês. Naquele inverno frio, rígido e chuvoso que eu passei em Olympia - assim que me juntei ao NIRVANA - não poderia ter sido melhor complementado com esse disco de Lanegan. A sua voz, os arranjos, as músicas e as letras... É um álbum muito lindo de se escutar, sabe? Me lembro do disco seguir aquele mesmo padrão de cantores como TOM WAITS ou NICK CAVE”.

“Mark Lanegan é um dos maiores heróis da música aqui nos EUA, mas não celebrado pela mídia, com certeza. Ele é um artista prolífico e ainda lança grandes álbuns, mas esse disco em questão mudou a maneira como escuto música... Ele é um dos grandes, com certeza”.



“O cover que o NIRVANA começou a executar da canção ‘Where Did You Sleep Last Night’ veio desse 1º álbum solo de Lanegan (cujo autor da música é o cantor LEADBELLY). Há outra música na qual Kurt e Krist tocavam junto com o 1º baterista do SCREAMING TREES, Mark Pickerel, e com Mark Lanegan, era a canção "Down in The Dark" de autoria de Lanegan. Ouvindo os vocais de respaldo que Kurt cantava em dueto com Lanegan nessa música, notei que era muito diferente do vocal de Kurt no 1º álbum do NIRVANA, ‘Bleach’ (1989), e me fez pensar no que poderia vir a seguir para nós 03 no NIRVANA... Foi emocionante imaginar as possibilidades do que poderíamos fazer juntos mais para frente nesta banda que eu tinha acabado de entrar..."

Esta banda que Dave citou teve um pequeno suspiro de vida (nunca saiu do estúdio) e se chamava THE JURY. O site Rock in The Head já havia lançado uma matéria falando deste projeto arquivado e você pode ficar por dentro clicando aqui.

E quem quiser conferir a performance devastadora da canção "A Song For The Dead" do QUEENS OF THE STONE AGE, que em 2002 contava com Dave Grohl na bateria e com Mark Lanegan levando os vocais em algumas músicas, é só conferir logo abaixo:

                                                         
                                                              Rock in The Head

sábado, 28 de outubro de 2017

Alice in Chains: Cantrell fala sobre o estado atual da música


Em entrevista para a revista Rolling Stone, Jerry Cantrell falou sobre o estado atual da música.
"A música passa por mudanças e alterações, e como uma banda também passamos por muitas mudanças e alterações".

Cantrell admitiu que na maioria das vezes o rock clássico é a sua melhor audição - seja qual for a ocasião.

"Eu me levantei hoje e estava me sentindo um pouco velho, ranzinza e resolvi fazer uma massagem. Enquanto estava recebendo a massagem fiquei escutando o álbum duplo do LED ZEPPELIN, ‘Physical Graffiti’ (1975), inteiro, da 1ª até a última música, porque é uma obra-prima do caralho, sabe? Outra coisa excelente sobre a música é que, uma vez lançada em um álbum, ela irá viver para sempre... A única coisa que irá prova-la é somente a sua longevidade”.



rockinthehead.com

Alice in Chains: "a canção Would é em homenagem a Andy Wood"


Saiu no site Alternative Nation: O guitarrista do ALICE IN CHAINS, Jerry Cantrell, lançou um vídeo em redes sociais onde fala sobre a composição da música "Would" (lançada no 3º trabalho de estúdio, “Dirt”, em 1992).

"Uma coisa realmente significativa para todos nós foi a notícia da morte de Andy Wood (ex-vocalista do MOTHER LOVE BONE, falecido em 1990), que foi tipo de um prenúncio mais pesado de algumas coisas que afetariam diretamente a nós e aos nossos amigos”.

“Quando compus a letra e a canção ‘Would’, é apenas eu pensando nele como todos nós e tentando colocar isso em evidência. Foi apenas uma pequena ode para ele, porque ele não estava mais entre nós e tudo estava decolando – cena grunge e outras bandas de Seattle. Foi uma coisa boa poder usar essa música e foi muito pungente, porque nós meio que o carregamos conosco".

Confira o vídeo clipe desta clássica canção:

                                                     
                                                           rockinthehead.com

Lembra-se da menina-abelha do video clip “No Rain” ? Veja como ela está agora


Em 1992, os Blind Melon lançaram "No Rain", tema que viria a ser o seu single de maior sucesso.

Para além de ter chegado ao top 20 da tabela da Billboard, "No Rain" foi também um dos marcos da "geração alternativa", na ressaca da explosão do grunge.

A canção ficou para sempre relembrada pelo seu vídeo, que contava com os préstimos de uma jovem rapariga vestida de abelha, de seu nome Heather DeLoach.

Ora, a personagem da menina-abelha ("Bee Girl"), no original, viria a gozar de um enorme estatuto no seio da comunidade grunge.

Não só esteve presente na cerimónia dos MTV Music Video Awards, como também fez parte do vídeo para "Bedrock Anthem", de "Weird Al" Yankovic. E, em Lost Dogs, coletânea de 2003 dos Pearl Jam, há um tema que lhe é dedicado (intitulado, precisamente, "Bee Girl").


25 anos depois, DeLoach já não é menina-abelha, mas mulher. Após ter tentado uma perninha no mundo da televisão e do cinema, Heather abriu uma empresa de planeamento de eventos chamada "Sweet Bee Candy and Event Planning" - que, aparentemente, não tem feito mau negócio.


Confira aqui o vídeo para "No Rain" e como se encontra Heather DeLoach, 25 anos depois:



blitz.sapo.pt


Billy Corgan diz que Scott Weiland era 'uma das grandes vozes da nossa geração'


Billy Corgan escreveu, no seu site, um texto sobre Scott Weiland, vocalista dos Stone Temple Pilots e Velvet Revolver que morreu no final da passada semana, aos 48 anos. Enviando os seus pêsames à família, aos amigos e aos colegas de Weiland, "que estão a sofrer com esta grande perda", o homem dos Smashing Pumpkins recordou "os raros momentos em que falámos, enquanto contemporâneos ou concorrentes (...). Pode parecer fútil, agora, mas tentava fazê-lo rir quando via que aquelas festas parvas onde nos encontrávamos (em Hollywood!) lhe estavam a causar stress". "Terá sido a minha forma de pedir desculpa por ter sido tão crítico dos STP quando a banda apareceu na cena como um foguete (...). E não só o cavalheiro era fresco e belo, como sabia cantar! E como qualquer grande ator, dava uma voz verdadeira e diferente a cada personagem que encarnava". "Foi com o seu terceiro álbum que os STP me deixaram agarrado àquela mistura de glam e pós-punk, e aí confessei ao Scott, bem como ao resto da banda, que estava errado em não reconhecer o seu brilhantismo. Tal como o Bowie, o Scott usava o seu fraseado para transportar a sua música para uma esfera sonora única e difícil de descrever". No remate, Billy Corgan afirma ainda: "Se me perguntassem quem são, para mim, as grandes vozes da nossa geração, eu diria que são ele, o Layne e Kurt".   Também Layne Staley, dos Alice in Chains, e Kurt Cobain, dos Nirvana, já perderam a vida, respetivamente a 5 de abril de 2002 e a 5 de abril de 1994


blitz.sapo.pt

Tom Morello sobre Chris Cornell: “Nunca vou recuperar da morte dele”


Tom Morello, dos Rage Against the Machine, falou sobre a morte de Chris Cornell, seu amigo e colega nos Audioslave, numa entrevista à rádio de Detroit WRIF, dizendo: "não me parece que algum dia vá recuperar da morte dele, mas guardo recordações muito boas".

Os dois músicos tinham voltado a dar um concerto enquanto Audioslave no início deste ano (uma década depois de a banda ter ficado inativa): "ter a possibilidade de criar uma nova ligação com ele, quer enquanto amigos quer enquanto colaboradores, é algo que me deixa feliz".

Morello falou também sobre a morte de Chester Bennington, dos Linkin Park, que se suicidou no mês passado: "é inacreditável. São perdas terríveis para o mundo da música, mas também porque... Eu não conhecia o Chester tão bem, mas eram ambos muito boas pessoas. E a morte de ambos pareceu-me inexplicável".

MÁRIO RUI VIEIRA, blitz.sapo.pt

Ivanka Trump, filha de Donald Trump, chorou um dia inteiro quando Kurt Cobain morreu


Ivanka Trump, filha do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, confessou ter chorado um dia inteiro quando Kurt Cobain morreu, em 1994, assumindo-se "grande fã dos Nirvana".

A empresária norte-americana falou sobre a sua "fase punk" em declarações recolhidas e publicadas na autobiografia da mãe, a antiga modelo Ivana Trump, intitulada Raising Trump.

Sobre a morte de Cobain, a empresária diz: "não muito depois disso, o Kurt Cobain, o cantor, escritor de canções e guitarrista dos Nirvana, suicidou-se. Foi um choque e fiquei muito perturbada. A mãe não fazia ideia de quem era o Kurt Cobain e não foi muito compreensiva. Depois de 24 horas a chorar de forma inconsolável no meu quarto, sozinha - grande melodrama -, teve de me arrastar para fora dali para ir jantar".

"Durante a minha fase punk, nos anos 90, gostava muito dos Nirvana", diz Ivanka, "o meu guarda-roupa era composto por jeans rasgadas e camisas de flanela. Um dia, depois da escola, pintei o cabelo de azul. A minha mãe não ficou fã".


Sobre a morte de Cobain, a empresária diz: "não muito depois disso, o Kurt Cobain, o cantor, escritor de canções e guitarrista dos Nirvana, suicidou-se. Foi um choque e fiquei muito perturbada. A mãe não fazia ideia de quem era o Kurt Cobain e não foi muito compreensiva. Depois de 24 horas a chorar de forma inconsolável no meu quarto, sozinha - grande melodrama -, teve de me arrastar para fora dali para ir jantar".


MÁRIO RUI VIEIRA, blitz.sapo.pt

Geração maldita. O ponto final no rock dos anos 90


O grunge de Seattle e o rock americano dos anos 90 produziram clássicos, mas também vítimas, expoentes de uma geração que sentiu o peso do mundo de forma particularmente intensa e que deu origem aos seus mártires.

Procuramos explicações:

A recente morte de Chris Cornell dilatou a sombria lista de «desaparecidos em combate» que marca de forma profunda a geração que nos anos 90 do século passado despontou em Seattle e que ajudou o grunge a alcançar forte repercussão internacional. Kurt Cobain, que se suicidou em abril de 1994, é a mais notória presença nessa lista maldita que inclui ainda Scott Weiland (o vocalista dos Stone Temple Pilots, desaparecido em 2015), Layne Staley (vocalista dos Alice in Chains, 2002), Shannon Hoon (vocalista dos Blind Melon, 1995), Kristen Pfaff (baixista das Hole, 1994) ou Andrew Wood (vocalista dos Mother Love Bone, 1990), todos eles trágicas vítimas de overdoses de drogas pesadas.


Os Soundgarden, de Chris Cornell, chegaram a afirmar-se como sérios candidatos à longevidade no rock que decanos como os Rolling Stones carregam nos ombros, provando em palco possuir a estâmina elétrica capaz de sustentar uma carreira de mais umas quantas décadas, mas a morte do seu carismático líder, um suicídio que poderá ter sido potenciado pelo uso de medicamentos, travou essa possibilidade. A «responsabilidade» de atingir a mesma escala de carreira que foi estabelecida por Mick Jagger, Keith Richards e companhia repousa agora nos ombros de Eddie Vedder e Dave Grohl, os derradeiros símbolos de uma Geração de Seattle que nos anos 90 se impôs ao mundo, talvez por representar uma ideia de «autenticidade» que começava a escapar a uma geração a braços com profundas transformações. Anthony DeCurtis, na Rolling Stone de 2 de junho de 1994 – que deu capa ao malogrado líder dos Nirvana, incluindo não apenas uma elegia, mas também um detalhado registo dos seus últimos dias – argumentou que «as pessoas olharam para Kurt Cobain porque as suas canções captaram o que elas sentiam mesmo antes de elas saberem que era isso que sentiam».


E que sentimentos eram esses? Seattle fez correr rios de tinta, presa e isolada no extremo noroeste do país, com o seu clima chuvoso que favorecia atividades dentro de portas – como a criação de bandas... Mas o zeitgeist era geracional e certamente ultrapassava os limites do estado de Washington (onde se localizava a capital do grunge) para se estender a todo o país, alcançando depois repercussões globais. Se, por um lado, foi uma era de imensa prosperidade económica – com o economista Alan Greenspan a criar a expressão «exuberância irracional» para descrever esses tempos –, a década de 90 foi igualmente assolada por múltiplos conflitos e catástrofes – Guerra do Golfo, sérios confronto nos Balcãs, genocídios no Ruanda, ataques terroristas em Nova Iorque e em Oklahoma City, furacões e terramotos devastadores em Miami e Los Angeles... – tornados mais presentes pela cada vez mais rápida evolução da tecnologia (TV por cabo, telefones celulares, computadores e internet a ligarem cada vez mais as pessoas e o mundo).

No extremo noroeste do país, em comunidades madeireiras alheias a todas estas rápidas evoluções, a droga – sobretudo a heroína exportada pela Colômbia por um dos mais notórios vilões da era, Pablo Escobar – era uma realidade alienante à qual dificilmente se escaparia. No mesmo número da Rolling Stone dedicado ao elogio fúnebre de Kurt Cobain, procura-se entender as condicionantes peculiares da zona de origem do vocalista dos Nirvana com um artigo intitulado The Road from Nowhere, da autoria de Mark Gilmore, em que se «percorrem as ruas de Aberdeen, Washington, «uma cidade madeireira difícil» de cuja «parte mais pobre» Kurt era originário. «Se estiverem no coração da zona pobre – ou na baixa de Aberdeen, que fica próxima, onde estruturas industriais vazias se impõem como carcaças assombradas – o nevoeiro frequente que desce das colinas onde os ricos têm as casas pode fazer-vos sentir que vão ficar aqui presos para sempre», escrevia Gilmore. «Se caminharem até à outra ponta da cidade, onde a principal rua, Wishkah Street, está voltada para o rio Chehalis e para o Oceano Pacífico, parece que chegaram ao fim do mundo e que se continuarem a andar 



simplesmente cairão da última ponta da América». Em busca das raízes da malograda estrela rock, o repórter da Rolling Stone conclui: «esta é a cidade que Kurt Cobain nunca foi capaz de parar de repudiar. Foi aqui que foi gozado e espancado tanto por aqueles que deveriam amá-lo como por aqueles que mal o conheceram mas que nele reconheceram a sua diferença e que, por isso, lhe quiseram bater. Foi aqui, sem dúvida, que Cobain aprendeu a odiar a vida». «Não há nada para odiar num lugar destes» – explicava num bar frequentado por viciados em heroína Aaron Burckhard, o primeiro baterista dos Nirvana – «exceto, bem, já perceberam, as pessoas que aqui vivem».

O suicídio de Chris Cornell ou de Kurt Cobain e o intenso uso de drogas pesadas por parte da lista sombria de vítimas destes anos 90 de eletricidade e flanela refletem, afinal de contas, a condição depressiva de uma geração que não olhou para o rock como um escape, antes como um veículo para expressar frustração, para dar voz à natural depressão de uma era complexa e, de facto, opressiva: se não se pertencesse à cúpula económica da sociedade, era-se parte das imensas hordas de desprovidos de quase tudo, de gente esquecida pelas agressivas políticas liberais que promoviam crescimento rápido – as tais «bolhas» tecnológicas, imobiliárias e financeiras que começaram a rebentar ao primeiro respirar do terceiro milénio – mas secavam tudo à sua volta; se não se ingressasse no exército para ir combater por petróleo para o Kuwait, integrava-se as infinitas fileiras de rebeldes sem causa que povoavam as grandes cidades. A televisão (e nela, a MTV) não ofereciam melhores perspetivas e até as elites políticas – o caso Lewinski marcou a governação de Bill Clinton – pareciam incapazes de resgatar uma geração sem líderes, sem direção, presa num labirinto de onde parecia ser impossível sair.


Cheira a espírito jovem
Em 1991, Nevermind parecia ecoar toda a angústia, revolta e frustração dessa geração X sem representantes. Curiosamente, o álbum, puxado pelo inesperado sucesso de «Smells Like Teen Spirit», vendeu 10 milhões de cópias e destronou Michael Jackson do topo das tabelas pop, sinal claro de que algo estava a acontecer. Anthony DeCurtis, na Rolling Stone, defendeu que esse sucesso traduzia o fim de uma era do rock e o início de outra: «os Nirvana transformaram os anos 80 em anos 90». «Não o fizeram sozinhos, pois claro, que mudanças culturais nunca são assim tão simples. Porém, em 1991, “Smells Like Teen Spirit” provou ser um momento fulcral na história do rock. Uma canção política que nunca menciona ideologias, um hino cuja letra não pode ser entendida, um sucesso altamente popular que denuncia comercialismo, um grito coletivo de alienação, foi o “(I Can’t Get No) Satisfaction” para uma nova era e para uma nova tribo de juventude desligada, sem representação. Foi um enorme “vão-se f*der”, uma declaração imensamente satisfatória sobre a incapacidade de alcançar satisfação».

Sintomaticamente após uma série de páginas com anúncios da Guess com o que parecem ser jovens estudantes brancos da Ivy League, da Chrysler com o tipo de SUVs que necessitavam do petróleo do Médio Oriente para funcionarem, de fragrâncias da Polo Ralph Lauren e de jeans da Levi’s com corpos moldados no ginásio e ainda de vodka Smirnoff, no início do número de 2 de junho de 1994 que a Rolling Stone dedicou a Kurt Cobain há uma página com citações reveladoras de algumas das centenas de cartas recebidas pela revista após a notícia da morte do homem dos Nirvana ter sido conhecida. Numa, um tal de Aaron, da Califórnia, desabafa: «sinto raiva e sinto pesar. De repente, apercebi-me de um vazio que não sentia ontem. Courtney, abraça muito a tua filha e atira fora essa porcaria das armas. O rock morreu. O rock morreu». Noutra, Erika, de Nova Jérsia, garante que «se a angústia, o empoderamento e a insinuação de uma “negação” no final de “Smells Like Teen Spirit” não provam a existência de uma raiva que poderia ser capaz de levar uma geração a considerar o suicídio, então o Kurt Cobain morreu em vão». «Os Nirvana», diz ainda Aron, do Texas, «foram a primeira banda que ouvi que os meus pais “chumbaram”».

Kurt Cobain, como diziam os Xutos & Pontapés numa canção, não era um caso isolado, não era o único a sentir-se assim, alienado, desligado, desenraizado, sem futuro e sem a capacidade de lidar com o peso do mundo – ou da família, o que pode ir dar ao mesmo. Cada uma das outras vítimas da era de Seattle pode ter tido as suas próprias razões para achar, como Kurt, que «era melhor arder rapidamente do que desvanecer lentamente», mas todas hão de ter sentido a mesma dor indescritível, o mesmo vazio que fez em tempos Chris Cornell desejar que um «buraco negro» viesse e «levasse a chuva».


Originalmente publicado na BLITZ de julho de 2017


Radiohead à beira do fim? “Espero bem que não”, diz Thom Yorke.


Mesmo que termine a digressão em torno de A Moon Shaped Pool, os Radiohead não vão acabar. Quem o garante é Thom Yorke, em nova entrevista à Rolling Stone.

O vocalista da banda britânica rejeitou quaisquer rumores de que a banda se estaria a preparar para uma separação após a última data da digressão corrente, que terá lugar em Tel Aviv.

"Imagino que continuaremos. Não sei como, ou quando, mas não iremos parar. Pelo menos espero que não", afirmou.

Uma garantia que foi dada, também, pelo baixista Colin Greenwood. "Não sei o que acontecerá depois de julho, mas adoro as pessoas com quem trabalho", disse.

Yorke também falou dos seus próprios planos para lá dos Radiohead. "Há uma série de coisas que estou a fazer por mim que tenho de terminar", revelou. "Não tenho a certeza de que darão em algo. [Mas] não tenho planos para o segundo semestre deste ano, não consegui planear coisas durante muito tempo e agora consigo".


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Porque é que os Radiohead deixaram esta canção de fora de “OK Computer”?


Aos 20 anos de vida OK Computer foi reeditado 23 de junho, sob a designação OKNOTOKCOMPUTER e contou com vários lados B e três canções inéditas.

Uma dessas canções é "Lift", tema que os Radiohead apresentaram várias vezes ao vivo e que se tornou num dos favoritos dos fãs.

A canção, que foi mostrada pela primeira vez durante a digressão em torno de The Bends, acabaria por não fazer parte do OK Computer original, ausência que o guitarrista Ed O’Brien justificou esta semana: "iria matar-nos", afirmou.

Numa entrevista à BBC 6 Music, O'Brien explicou que "Lift" é "uma canção divertida": "Tocámo-la ao vivo com a Alanis Morrissette, e era uma canção interessante porque o público começava a dançá-la; era demasiado grande, um hino", diz.



"Se essa canção tivesse ido parar ao álbum, ter-nos-ia levado para um sítio diferente, e provavelmente teríamos vendido muitos mais discos. Acho que a matámos de forma inconsciente", explica ainda.

"Se o OK Computer tivesse sido como o Jagged Little Pill, da Alanis Morissette, iria matar-nos. Mas a 'Lift' tinha o potencial, a magia", diz. "Não gravámos uma boa versão, porque quando chegámos ao estúdio e a fizemos [para o disco] foi como ter uma arma apontada à cabeça, tal era a pressão".


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“OK Computer” foi gravado numa casa assombrada


Os Radiohead afirmaram em entrevista recente que OK Computer, o mais celebrado dos seus álbuns e que cumpre este ano 20 desde o seu lançamento, foi gravado numa casa assombrada.

As sessões de OK Computer decorreram no St Catherine’s Court, na cidade inglesa de Bath, entre 1996 e 1997. À Rolling Stone, o guitarrista Jonny Greenwood revelou que a banda "estava sempre a ouvir barulhos" dentro da casa.

Thom Yorke foi mais específico: "havia fantasmas que falavam comigo enquanto dormia. A certa altura levantei-me de manhã, após uma noite a ouvir vozes, e decidi que tinha de cortar o cabelo. Usei uma tesoura pequena, de um canivete, e cortei-me algumas vezes", recordou.

"Ficou bastante mau. Desci as escadas e toda a gente me perguntava o que se tinha passado. O Phil [Philip Selway, baterista] levou-me gentilmente para baixo e rapou-mo todo", concluiu o vocalista.

Falando do seu estado de espírito durante as gravações de OK Computer, Yorke afirmou que se encontrava "essencialmente catatónico". "Estava a sentir que absorvia demasiada informação, o que é irónico, porque é muito pior agora", disse.



blitz.sapo.pt

Smashing Pumpkins: "Não sou eu quem irá decidir pela reunião"


O frontman do SMASHING PUMPKINS, Billy Corgan, falou novamente sobre a reunião dos membros originais em uma nova entrevista para o site Music Radar.

Corgan se demonstrou otimista quanto ao fato da sua banda ainda poder desencadear o mesmo tipo de som neste mundo atual, mas nada está definido ainda:

"Não há nenhum conhecimento secreto além de que estou ansioso para fazer essa reunião acontecer e mostra-la para todos".

"Há coisas comerciais e pessoais envolvidas... Estou apenas vendo se as coisas se organizam e tentando não criar uma atmosfera específica, sabe? Os erros do passado foram: ‘Tem que ser assim e se não for desse jeito, então é um problema’".


"Desta vez estou aberto em fazer as coisas se sentirem bem... Me digam o que desejam e como podemos chegar a algum tipo de versão de tal música”.

"Ainda não chegou o momento, mas espero que as coisas se acertem. Eu acho que seria uma coisa incrível, mas não sou eu quem irá decidir. Também não sou o fator proibitivo e nem eles, seria mais em como encontrar um acordo com a esperança de que todos se sintam bem no mesmo ponto e ao mesmo tempo".

Para matar a saudade, confira o vídeo clipe da música "Cherub Rock", lançada no clássico e 2º álbum de estúdio do SMASHING PUMPKINS, "Siamese Dream" (1993).


                                                               Rock in The Head

Smashing Pumpkins: Billy Corgan reage a pergunta mórbida


O frontman do SMASHING PUMPKINS, Billy Corgan, foi perguntado sobre as mortes de Tom Petty, Chris Cornell e de Chester Bennington em uma nova entrevista para a revista Spin.
Neste ano perdemos Tom Petty, Chester Bennington e Chris Cornell, sendo que 02 deles estavam compartilhando o espaço aéreo da MTV junto com o SMASHING PUMPKINS no seu auge. Algum deles fez você pensar mais sobre a sua própria mortalidade?

Billy Corgan: Você está me fazendo uma pergunta mórbida?

Sim, estou lhe fazendo uma pergunta mórbida e também se você já pensou sobre o que o seu obituário irá dizer depois que tudo for dito e estiver acabado.

Corgan: Eu não ligo para essa merda, cara. Isso mais parece uma conversa de bar e sabe o que eu quero dizer? Que essa conversa de bar que não vai dar em lugar nenhum... Eu lhe darei exatamente a resposta oposta da pergunta que você está me fazendo. Para mim, a vida é sobre estar no presente e essa é a melhor lição que já aprendi, sabe? É apenas estar no presente... Seja feliz hoje e aproveite a sua vida no presente. Por todos os dias seja grato e desejei isso durante os melhores momentos da minha vida, onde pessoalmente e musicalmente eu fiquei mais agradecido. Em contra partida, olhando para o passado eu queria ter sido mais gentil com as pessoas que me rodeavam e gostaria de ter agradecido mais ao meu público. Eu olhava para trás e pensava: "Como eu não consigo apreciar todos os presentes e as coisas mágicas que aconteceram na minha vida?"

Corgan: Porque eu não conseguia estar no presente, sempre estava no passado ou no futuro, pensando: "Eu tenho que chegar em algum lugar ou eu tenho que me afastar de algum lugar". E cheguei a um ponto agora onde estou bem, onde o lugar que estou é muito legal. Tenho orgulho de mim mesmo e não tenho nenhum problema em falar dos meus erros no passado, certo? Está tudo bem agora.

Corgan também comentou sobre a possível reunião com os membros originais do SMASHING PUMPKINS:

"Muitas insinuações e muitos questionamentos no ar, mas eu estou no escuro aguardando tanto quanto qualquer um. Uma vez que a porta está reaberta como sendo uma possibilidade - onde não existia uma possibilidade por 15, 16 anos - você agora clica na próxima parte que é: ‘Será mesmo viável? Será uma coisa prática? Todos estão interessados?’ Houve muito uso de energia nisso, mas eu permaneço fora dessa questão. Peço para as pessoas tentarem descobrir, porque eu estou mais concentrado em meus relacionamentos pessoais com os membros originais da banda”.

“Tudo o que eu disse em termos de negócios é, se voltarmos a tocar juntos, quero que seja uma coisa realmente feliz e divertida... Duvido que possamos voltar para o que costumava ser no passado, onde ficávamos juntos em tempo integral, sabe? Eu acho que nos 10 ou 12 anos que passamos juntos naquele nível, a maior parte do tempo que ficamos separados uns dos outros foi num período de 02 semanas somente. Trabalhávamos sem parar como pessoas loucas e obviamente não acho que seria o caso agora. Se houver alguma forma de sermos criativos de novo, na medida em que estivermos gravando, compondo e reconceitualizando certas coisas sobre o que a banda poderia ser no século XXI, eu estaria muito interessado nisso, com certeza".



Rock in The Head

https://www.spin.com/featured/william-patrick-corgan-ogilala-interview/


Fã do Nirvana cria “quarto álbum” a partir de demos e reconstruções


O álbum reúne demos e gravações ao vivo de canções nunca lançadas pela banda. O Nirvana estava no meio do ciclo de lançamento de In Utero, seu terceiro álbum de estúdio, quando Kurt Cobain foi encontrado morto.

No entanto, se baseando em entrevistas gravadas próximas à data de sua morte, tudo indicava que o Nirvana não pretendia encerrar sua carreira tão cedo, planejando outros álbuns futuros.

Foi pensando nessa ideia que um fã da banda decidiu reunir uma série de demos gravadas pelo grupo, além de ideias de canções que estavam sendo trabalhadas por Kurt e Dave Grohl na época, para criar um possível “quarto álbum” de estúdio do grupo.

O trabalho reúne faixas como “Jesus Doesn’t Want Me For A Sunbeam” e “Ivy League”, que já haviam sido tocadas ao vivo pelo Nirvana, além de demos do início da carreira do Foo Fighters, que na época haviam empolgado Cobain com a possibilidade de “não precisar mais ser o único compositor do grupo”, de acordo com Grohl.

Algumas das canções, por estarem em estágios bem iniciais, acabaram sendo retrabalhadas por fãs utilizando os vocais do cantor, e você pode conferir o resultado final logo abaixo



Por: Matheus Anderle

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

O dia em que Daniel Johns fez uma versão pra lá de esquisita do Nirvana


Em 2015 a rádio australiana triple j realizou uma festa gigantesca para celebrar os 40 anos desde que foi ao ar pela primeira vez.

Diversos nomes locais como Courtney Barnett e Gotye estiveram por lá e quem também se apresentou foi o músico Daniel Johns.

Conhecido pelas guitarras e os vocais ferozes nos tempos de Silverchair, o cara se encontra em outra fase da carreira há algum tempo, e suas músicas têm muito mais a ver com o R&B e o Pop do que o Rock And Roll, como pôde ser ouvido no disco Talk, também de 2015.

Pois bem, na ocasião Johns resolveu tocar uma cover de “Smells Like Teen Spirit”, do Nirvana, mas o fez com um piano, uma harpa e vocais dos mais variados, se apresentando por cerca de 7 minutos.

Ao final das contas, a julgar pelos comentários no vídeo, dá pra dizer que a maioria dos seguidores do cara não gostou muito da versão.

Assista ao vídeo logo abaixo.


Nirvana: como Dave exorcizou a sua alma com a morte de Kurt Cobain?


Nirvana: como Dave exorcizou a sua alma com a morte de Kurt Cobain?

Em entrevista para o site Hot Press, Dave Grohl falou de quando passou um tempo na Irlanda, logo após a morte de Kurt Cobain em 1994 para tentar colocar a sua cabeça no lugar - embora ele tenha dado carona para um rapaz que estava vestido com uma camisa do NIRVANA

"A experiência no NIRVANA foi um turbilhão, sabe? Tudo aconteceu tão rapidamente e explodimos no cenário sem nenhum aviso prévio, e então, simplesmente tudo desapareceu. A minha vida mudou tanto que eu tinha que encontrar algo para me manter para não cair em depressão. Uma vez que o NIRVANA havia acabado, eu não conseguia mais me imaginar pisando num palco ou sentar-me num banquinho de bateria para tocar. Isso só me traria de volta ao lugar doloroso que foi perder Kurt".

"Durante muito tempo senti que a música ia acabar com o meu coração novamente. Então eu percebi que na verdade, a música era a única coisa que iria me curar. Eu estava gravando canções por conta própria há anos sem nunca tê-las tocadas para ninguém. Pensei que ir ao estúdio que tinha no final da minha rua seria um processo terapêutico e não pensei que aquelas gravações se tornariam um dia numa banda - e caralho, com certeza não pensava que seria uma banda por mais de 20 anos".

"Você tem que entender que para mim o NIRVANA é muito mais do que para você. Foi uma experiência realmente pessoal, sabe? Eu era uma criança e nossas vidas foram levantadas e depois viradas de cabeça pra baixo, e então, os nossos corações foram quebrados quando Kurt morreu. A coisa toda é muito mais pessoal do que o logotipo, as camisas ou a icônica imagem da banda".

"Eu senti que tinha que continuar na música para exorcizar algo de dentro da minha alma. Desde os primeiros dias, a intenção de montar o FOO FIGHTERS foi sempre de manter a bola rolando como músicos, como seres humanos e como amigos. Para sentir que a vida continua em frente e ainda nos sentimos assim, sabe? Cada vez que gravamos um álbum e toda vez que subimos ao palco, nós sentimos que a vida está avançando e que não estamos olhando para trás".


Rock in The Head

Nirvana: Krist Novoselic reage a postagem de hater


Saiu no site Alternative Nation: Um fã chamado Jon comentou em redes sociais sobre o baixista do NIRVANA, Krist Novoselic: "Um músico milionário postou um artigo da elite".

Novoselic respondeu: "Você pode comprar uma camisa do NIRVANA por U$ 13,00 dólares. O ingresso do último show do GIANTS IN THE TREES foi de U$ 8,00 dólares (nova banda de Krist). Os próximos shows iremos cobrar de U$ 10 a U$ 15 dólares por ingresso. O nosso novo single é de U$ 0,99 centavos para baixar na internet. Os nossos vídeos e os inúmeros vídeos do NIRVANA no YouTube são gratuitos para assistir. Eu não sou um vilão, no entanto, é triste vê-lo apresentar-se como uma vítima".




Por Brunelson T.,Rock in The Head

The Breeders: contando de quando saíram em turnê com o Nirvana


Em uma edição de 1992 da revista musical Melody Maker, Kurt Cobain havia nomeado o álbum de estreia do THE BREEDERS, "Pod" (1990), como o disco que mudou a sua vida.

Kurt havia dito: "A principal razão pela qual eu gosto deles é pelas suas músicas, pela forma como elas se estruturam e que é totalmente único, muito atmosférico. Eu queria que Kim Deal (vocalista/guitarrista) pudesse compor mais músicas para o PIXIES, porque a canção ‘Gigantic’ é a melhor música do PIXIES e foi Kim que a compôs" (ela é baixista no PIXIES).

THE BREEDERS saiu em turnê com o NIRVANA no início dos anos 90. Nesse ponto, o baterista Jim MacPherson lembrou do 1º show abrindo para o NIRVANA em Dublin/Irlanda: "Estávamos no final do nosso show e eu ainda estava tocando quando Kurt subiu no palco e pensei, tipo: ‘Ah, merda, lá está ele’. Kurt não estava com a sua guitarra e um dos seguranças subiu no palco e tirou ele dali. Kurt simplesmente pensou que fosse alguém da nossa equipe de funcionários, mas depois, quando soube que era um segurança, Kurt mandou embora cada um dos seguranças e havia dito que não iria fazer o show até terem uma equipe de segurança totalmente nova".


"Eles foram incríveis", acrescentou a guitarrista Kelley Deal (irmã gêmea de Kim). "Naquela turnê, eu senti que havia conhecido melhor Krist Novoselic (baixista do NIRVANA) e então, Dave Grohl foi sempre muito legal conosco (baterista do NIRVANA). Kurt também parecia muito legal, mas com o meu conhecimento sobre a merda que o vício em drogas faz com a pessoa, ele parecia um super-viciado. Quieto, provavelmente chapado, eu não sei..."

Confira o vídeo clipe da canção “Saints”, da banda THE BREEDERS:



Por Brunelson T.,Rock in The Head

Billy Corgan conta qual foi sua reação ao ouvir Smells Like Teen Spirit pela primeira vez


O vocalista dos Smashing Pumpkins, Billy Corgan, parece ter ficado surpreso e um pouco confuso ao ouvir “Smells Like Teen Spirit”, clássico do Nirvana, pela primeira vez.

Apresentado ao trabalho pelo produtor e amigo Butch Vig, Corgan, em entrevista concedida à Billboard, relembrou o momento em que escutou o hit pela primeira vez e a sua respectiva reação.

" Aconteceu algo confuso na minha mente quando escutei ‘Smells Like Teen Spirit’ pela primeira vez. Estava sentado à margem de um rio com Butch Vig e ele, que carregava uma fita cassete enquanto produzia o álbum, a colocou em um aparelho de som. Fui uma das primeiras pessoas no mundo a ouvir essa canção."

Corgan, ao ter ouvido o riff da música, disse ter pensado que, na verdade, se tratava de “More Than A Feeling”, do Boston.


" Foi em 4 de Julho de 1991. Ele (Butch Vig) havia acabado de voltar da Califórnia e, enquanto nós estávamos vendo alguns fogos de artifício ou alguma coisa na direção do sol, ele me perguntou se eu gostaria de ouvir o novo álbum do Nirvana. Disse que sim, então ele colocou a fita em um aparelho de som que carregava. No momento em que escutei o riff de ‘Teen Spirit’, pensei: ‘Espere, isso é “More Than A Feeling”, do Boston’. 


Alguns meses depois, Billy foi a um show do Nirvana e viu Kurt Cobain fazer um improviso envolvendo as duas canções. Segundo o frontman, esse foi o momento em que percebeu que “não estava doido”.


" Não muito depois daquilo, talvez seis meses ou um ano depois, estávamos em Tóquio e fomos ver um show do Nirvana. Então, chegou em um momento do show em que eles iam tocar ‘Smells Like Teen Spirit’ e Kurt começou a improvisar ‘More Than Feeling’. A plateia veio abaixo, mas no momento eu só conseguia pensar que não estava doido."


tenhomaisdiscosqueamigos.com


quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Pearl Jam: “Versus”

Vs. é o segundo álbum de estúdio do Pearl Jam, lançado em 19 de outubro de 1993 pela Epic Records. No seu aniversario de 24 anos, album considerado por muitos um dos melhores dentre os "clássicos" sem dúvidas "Versus" é um grande clássico da banda e essencial, ele é um dos meus favoritos.

Confira a resenha by brunelson:

É sem dúvida mais um álbum clássico desta banda, me deixando em dúvida até os dias de hoje se esse disco é o mais quebraceira de toda a discografia do grupo ou não? Assim como cada registro do PEARL JAM tem algo ou alguma mensagem a dizer, este 2º álbum de estúdio lançado em 1993 se apresenta com uma mensagem e sonoridade enraizadas no volume mais alto possível, carregada de muito vigor, energia, explosão e fúria.

Como um processo natural das coisas, nesse disco já é possível verificar (musicalmente falando) a leve e sutil transformação de como o som do PEARL JAM foi nos apresentado no seu álbum de estreia em 1991 e de como ele estava se desenvolvendo até o ano de 1993. Aquele funk rock que permeia quase todo o disco de estreia continua em evidência aqui neste 2º disco, mas com uma certa roupagem que, timidamente em algumas músicas e escancarado em outras, já começa a se confluir e a se moldar com o estilo de som das músicas quebraceiras que o PEARL JAM iria começar a criar. As canções em que esta germinação começa a aflorar seriam: “Go”, “Animal”, “Glorified G”, “W.M.A”, “Blood”, “Rats”, “Leash” (que por sinal, esta última música havia ficado de fora do álbum de estreia da banda, “Ten”) e a música “Fuck Me in The Brain” (sendo que esta canção não entrou no álbum “Versus”).



Ao mesmo tempo em que esta influência funk rock da banda ainda insiste - no bom sentido - em não querer se desgarrar das suas origens, eis que começa a aparecer timidamente àquela outra grande influência que permeia praticamente ao lado do heavy metal, toda a base de bandas que surgiram no cenário de Seattle antes mesmo do grunge explodir no começo dos anos 90: o punk rock.

A estupenda música “Rearviewmirror” seria a que mais flerta com o punk rock neste 2º álbum, algo inédito até então nas composições da banda, mas que mesmo assim ainda não deixa se entregar 100% ao punk. Muito devido também ao estilo de tocar bateria de Dave Abbruzzese, que é um baterista totalmente influenciado pelo jeito funk rock de tocar. Esta música possui os acordes clássicos (power chords) para tocar e para se levar uma música punk rock - apesar do belo riff de guitarra - mas a maneira que a bateria se comporta ainda não nega as origens da banda.


Abrindo um parênteses, até hoje não é muito bem explicado o porquê da saída/demissão do baterista do PEARL JAM depois que a banda gravou o seu 3º álbum de estúdio no final de 1994. Muito se fala que ele e Eddie Vedder (vocalista) não se davam bem, de que no final da turnê do 1º álbum de estúdio a banda já estava fermentando a ideia de se afastar dos holofotes, mídia, entrevistas, capas de revistas e de aparições televisivas, também negando a regra máxima de terem que fazer vídeo-clipes para a MTV (lembrando que neste 2º álbum não foi feito nenhum vídeo-clipe).

Com várias leituras em livros autobiográficos e documentários que possuo, além de diversas pesquisas em sebos com leituras em revistas de rock das antigas e pesquisas cibernéticas, é possível perceber que Dave queria justamente o contrário. Ele queria a fama, o sucesso, os holofotes..., e a música “Daughter” como o 1º single deste álbum por se tratar de uma canção de fácil audição. O que podemos deduzir também musicalmente falando, é que o estilo de Dave em tocar bateria batia de frente com o que a banda estava querendo explorar, ou digamos, querendo expor também nas suas raízes e nas futuras composições musicais, porque apesar de Dave ter levado mais músicas no estilo punk rock no próximo 3º álbum de estúdio do grupo, é perceptível que a levada dele não chega a ser uma coisa fiel ao jeito punk de se tocar.

Este é um ponto muito interessante para se discutir, porque para muitos fãs, Dave foi o melhor baterista que tocou no PEARL JAM até hoje e enxergar esse ponto de vista é algo totalmente plausível e que há de ser respeitado, ainda mais quando se trata de gostos, estilos pessoais e origens de uma pessoa referente à música. Mas às vezes não é só o lado musical que pode garantir a permanência de algum membro na banda. O lado pessoal, psicológico, objetivos próprios, relacionamentos e a maneira de como executar uma ação em conjunto, também contam muito...


Continuando a mesma receita de compor as letras para as suas músicas, naturalmente agora de uma forma mais aprimorada, neste álbum também podemos notar que algumas canções são relatadas sobre histórias de outros personagens, como as músicas “Daughter”, “Dissident”, “W.M.A”, “Elderly Woman Behind The Counter in a Small Town”, “Hold On”, “Hard to Imagine”, “Bee Girl” e “Hold Me” (sendo que estas 04 últimas canções foram pérolas que também não entraram no álbum).

Assim como temos as músicas que focam aquele aspecto geral da coisa possuindo um cunho social e político, que também é uma ideia remanescente do 1º álbum da banda, o disco “Versus” nos apresenta as canções “Glorified G” e “Rats” que exemplificam muito bem essa postura. Em particular, a letra da música “Glorified G” indica mais um indício do relacionamento/postura divergente que Eddie (ou até a banda toda, vai saber) tinha em particular com Dave. Pois um belo dia, Dave chegou ao estúdio onde a banda estava gravando este álbum com 02 armas e se glorificando com isso. O acontecido, o diálogo entre os membros da banda sobre este assunto, a posição de Eddie referente a isso e a confluência desse forte tema (porte de armas) inserido na sociedade americana, foi parar direto nas letras desta música.




Deixando agora um parágrafo em especial, temos que relevar ainda as músicas que falam sobre Eddie. A verdadeira arte de uma obra-prima, a verdadeira mensagem a ser captada pelo ouvinte, é aquela em que você interpreta a música da melhor maneira que lhe convêm, lhe abrindo um leque de sinapses e percepções diferentes a cada audição de uma determinada música, correndo junto com o ouvinte em cada momento e situação diferente que a pessoa está passando nesta vida. Dependendo do seu estado de humor, acontecimentos na sua vida, perdas, amor, frustrações e desejos a realizar, cada música vai lhe passar uma mensagem especial e única, que dependendo do que for ela não será errada e nem correta para todo mundo, mas somente uma mensagem unitária para aquele ouvinte em especial. Este é o verdadeiro poder de uma música!

Pois bem, esta pequena introdução foi feita pelo fato de que as letras de algumas músicas desse álbum, desde quando eu o escutei pela 1ª vez lá em 1993 (assim como foi quando eu também escutei o disco “Ten” pela 1ª vez lá em 1991 numa fita cassete), sempre me soaram e foram interpretadas por mim de um tal jeito, mas que no decorrer dos anos eu comecei as enxergarem de outra forma fazendo com que eu mudasse de opinião. 

As músicas “Go”, “Animal”, “Rearviewmirror”, “Leash” (aproveitando aqui para celebrar a juventude nesta canção) e “Indifference”, são um exemplo claro do que eu acabei de falar. Antes, eram músicas que eu sempre interpretei como sendo também histórias de outros personagens, mas que com o passar dos anos eu comecei a vê-las como um desabafo de Eddie justamente contra a pressão da mídia, dos críticos musicais e das exigências da gravadora, sendo uma atitude de tentar limpar aquela neblina gerada pelos holofotes que cercava o prisma da banda. Junto com a letra totalmente introspectiva e pessoal da música “Blood”, e com a música aqui já citada que acabou não entrando no disco, “Fuck Me in The Brain”, seriam estas canções que estariam ainda tentando “libertar” Eddie Vedder - até mesmo a banda como um todo - para iniciar o processo de procura do seu “eu” interior.

Estes seriam os primeiros passos dados em direção ao que Eddie iria reconhecer e entender mais tarde, como somente uma parte do todo à descoberta cristalizada da sua rota de fuga - a qual viria a sacramentar num futuro álbum de estúdio do PEARL JAM... Mas isto é assunto que esse disco em questão irá nos dizer mais tarde...



E outro sinal claro, quantitativamente falando, é de que já são mais músicas diretamente falando sobre Eddie neste álbum do que no disco de estreia, ou seja, mais picaretas para poder abrir e entender o muro que estava na sua frente naquele momento de sua vida, e como ele poderia chegar ao outro lado.

Ainda é incrível, somando a todos estes pontos levantados (pressão externa, o baterista da banda e a negação por parte do grupo em cumprir vários “acordos” comerciais), a questão sobre o local onde foi feito a gravação deste álbum, que se iniciou em Seattle, mas que foi tomando corpo e finalização num estúdio na Califórnia, mais propriamente dito em um sítio. Isto deixou Eddie muito nervoso, brabo e indignado com o local, lhe dando agonia e não conseguindo entender como era possível gravar um álbum de rock em um lugar daquele.

Juntando tudo isso e ocasionando na explosão da sua já marcante voz, o poder lírico que vislumbra do seu vocal vai cativando mais ainda o ouvinte a participar, entrar e também assumir para si as mensagens das letras e o seu papel inserido, além da representação e fotografia viva de cada personagem nas suas respectivas poderosas músicas que este álbum nos proporciona.

Esta capacidade única que Eddie tem com a sua voz e performance foi muito marcante também no álbum de estreia, sendo um dos vários pontos fortes do disco “Ten” que conseguiu cativar o seu público de imediato. Este dom continua mais do que presente no álbum “Versus” também.

“Versus” ainda apresenta um Eddie “amarrado” na situação em que a banda se apresentou ao mundo e de como que o grupo teria que se comportar dali em diante perante aos seus empresários, exigências da gravadora e com as flechadas do mundo externo. Vemos um Eddie muito indignado com a situação em que ele se encontrou ainda sem apresentar uma rota de fuga (assim como foi no álbum de estreia), com a coleira que a banda teve que botar nos seus pescoços sendo “mandados” a se comportarem do jeito que o mainstream pedia.


Juntando isso que foi acabado de ser dito, mais com tudo o que já foi escrito nesta resenha, creio que o tema do álbum “Versus” pode ser resumido em uma palavra: confronto! Se no álbum de estreia o tema foi a palavra “traição”, a banda agora tomando consciência disso e sancionando o que havia para destilar, chegou a hora da reação, chegou a hora da atitude, chegou a hora do confronto! O nome deste álbum esmiúça muito bem essa ideia assim como o nome que o disco iria levar - que a princípio iria se chamar originalmente, “Five Against One”.

E também após o lançamento deste álbum, mais precisamente em 1994, a banda resolveu cancelar a sua turnê de verão devido ao monopólio da Ticketmaster que ocasionou performances, logísticas, promoções, anúncios e despesas dos shows tudo por conta própria da banda, além da presença da mesma em tribunais (essa história da Ticketmaster já é de conhecimento de todos, por isso que não será aqui detalhada e analisada mais a fundo, ok)? Mais uma reação da banda dentre várias citadas nesta resenha..., mais um tipo de confronto.

Novamente, agora um pouco mais aflito e tentando ser um pouco mais claro do que foi no 1º álbum, Eddie está tentando buscar uma rota de fuga para os seus problemas existenciais e para a posição a tomar pela banda perante toda esta miscelânea, mas de novo ele ainda não a encontra. O que ele encontra e relata é a podridão que a sociedade é em situações recíprocas e empíricas do nosso dia a dia, além dos relacionamentos emocionais entre si, sendo que a música “Rats” exemplifica muito bem esta questão fazendo a correlação da vivência dos ratos com a sociedade humana. A catarse ainda não é totalmente intelectual neste álbum, ela ainda é emocional com um mais do que poderoso e sônico imediatismo.

Mudando de assunto agora, assim como já aconteceu no 1º álbum da banda e que me chama muita atenção em destacar, mais uma vez podemos verificar uma música no disco “Versus” que possui aquela levada tribal que iria ficar marcado em toda a discografia da banda. A canção “W.M.A” representa muito bem esta faceta deixando-a única e singular, assim como cada música com levada tribal ou somente nas percussões que o PEARL JAM nos apresenta em toda a sua discografia. Aqui, a canção caminha sobre um andamento mais agressivo com a levada das guitarras e do baixo se apresentando de uma forma espetacular que vai permeando por toda a música. Ela também nos proporciona uma letra verídica e fatal, misturando tanto a história de um personagem com a sistematização arcaica e racista da polícia, da política e da sociedade em geral. Bela música tribal que, graças ao baixo de Jeff Ament, também flerta com o funk rock.





Caminhando agora para o final desta resenha, falta ainda destacar 04 músicas que não entraram no álbum “Versus” e que ainda não foram citadas. A 1ª seria a canção “Angel”, uma música lenta, bonita e tranquila, mas que o lado musical não reflete o que a letra desta canção quer dizer. Uma questão muito interessante com esta música é que a mensagem dela seria ainda uma continuação do que já vinha sendo dita no 1º álbum do PEARL JAM. Se me permitem fazer 03 citações de mim mesmo retirada da resenha do álbum “Ten”, onde está escrito: “Desde o início havia uma dimensão social/política na música que o PEARL JAM fazia, um desejo e uma necessidade de confrontar o mundo exterior e assim tentar desvendar o que aconteceu de errado, o porquê de não estarmos vivendo o que nos foi prometido quando éramos crianças e, acima de tudo, descobrir o que podemos fazer com relação a isso...” “...a música no início dos anos 90 foi escrita para os filhos cujo pais eram jovens/adultos na geração de meados dos anos 60 e da década de 70. Este período foi um dos grandes picos na onda do rock, onde a música tentava com todas as forças ser transformativa, tentava corrigir os erros do mundo (Vietnã, vou dar 01 exemplo somente) e servir como fonte de inspiração e emoção para as pessoas...” “...a geração no início dos anos 90 cresceu em meio a essa falha na revolução proposta pelos seus pais. Essa nova geração sentiu-se de alguma forma traída, havia a sensação de que uma grande promessa havia sido perdida e que as pessoas não tinham ideia para onde ela foi e o que aconteceria dali em diante...” Ou seja, o tema que a letra da música “Angel” aborda vai de encontro, conforme uma flecha que voa direto ao seu alvo, com o tema do álbum “Ten”.


 A 2ª música é a instrumental “Cready Stomp”. Como será que esta canção teria se comportado se Eddie tivesse colocado os vocais nela? Assim como aconteceu com a música “Angel” pelas suas letras, a levada desta música instrumental nos remete e muito também ao estilo das músicas quebraceiras do álbum “Ten”.

A 3ª música seria a já citada aqui nesta resenha chamada “Hold On”, mas que nos apresenta além da sua versão elétrica, uma linda versão acústica que independente de qual versão seja, a audição de ambas imediatamente remete ao ouvinte aquela mesma atmosfera e clima que marcou essa época, com o prisma da nostalgia e do saudosismo do começo dos anos 90 à flor da pele. A versão elétrica também representa muito bem como era o estilo das músicas quebraceiras que o PEARL JAM tocava nas antigas, antes do punk rock chegar de uma forma bem característica nas composições das suas músicas.

E a 4ª e última música a destacar seria o cover mais que batizado pelo jeito PEARL JAM de ser, a canção "Crazy Mary", composta pela cantora americana Victoria Williams.

Uma obra de arte, dentre vários conceitos e simbolismos, é marcada também pela fotografia que ela nos remete à mente e pela cápsula do tempo em que o ouvinte vai de encontro quando se comenta em uma conversa sobre o álbum “Versus”. De imediato é estampado na mente e realmente fica marcado na vida de um fã, como por exemplo, na canção “Rats”, onde o vocal soturno de introdução e as viradas da bateria que acontecem no finalzinho da música com o volume abaixando; ou o riff e o solo marcante das guitarras de Stone Gossard e Mike McCready na canção “Leash”; o grito imensurável e inigualável de Eddie na música “Rearviewmirror”; os suspiros introspectivos chegando ao ponto de ser possível ouvir a respiração do vocal na canção “Indifference”; e o que dizer da bateria de introdução da música que abre o álbum, “Go”? Por falar em bateria, bela batera no final da canção “Blood”.

São estes lampejos e várias outros sintomas inconscientes que temperado nisso tudo, não é muito difícil de ouvir também no decorrer desse disco as influências do guitarrista da banda, Mike, pela guitarra psicodélica de JIMI HENDRIX (principalmente nos seus solos).

Nota: O álbum “Versus”, que já é de conhecimento de todos os fãs do PEARL JAM, na 1ª semana do seu lançamento vendeu mais de 950 mil cópias só nos EUA, superando todos os demais álbuns combinados que faziam parte do Top 10 da Billboard daquela época. Isto definiu um recorde na história do rock’n roll que foi mantido por 05 anos, além de também ter ocupado o 1º lugar da Billboard durante 05 semanas. Mas somente entre álbuns de rock, este recorde só foi quebrado depois de 07 anos após o seu lançamento. Além disso, é um dos poucos discos que conseguiram a proeza de ranquear músicas na lista da Billboard que não foram singles.






rockinthehead.com


Stone Temple Pilots: a passagem de Chester na banda.


Infelizmente a tragédia atingiu o mundo do rock alternativo mais uma vez. Chester Bennington, o versátil e carismático vocalista do LINKIN PARK faleceu aos 41 anos. A notícia veio como um golpe impressionante para as legiões de fãs, além dos fãs da sua banda que, indiscutivelmente, é o grupo de rock mais bem sucedido a partir do século XXI.

Com a recente perda de Chris Cornell em Maio deste ano, o suicídio de Chester despontou um final doloroso para uma das figuras mais recentes da história do rock.

Sem dúvida, Bennington será melhor lembrado por seu trabalho inovador e generoso com o LINKIN PARK, mas para os fãs do grunge, lembremos que por um breve período ele foi o vocalista do STONE TEMPLE PILOTS. A tarefa de substituir um dos melhores frontman da história do rock, Scott Weiland, pela maioria parecia uma missão insuperável, senão até mesmo um sacrilégio para os fãs mais devotos. Mas para um talento como o de Bennington, calçar os sapatos do seu principal ídolo (como ele mesmo havia dito em entrevista) se tornou uma postura natural e indelével.


 Bennington já havia citado o STONE TEMPLE PILOTS e particularmente Scott Weiland como uma das suas maiores inspirações. O relacionamento pessoal de Bennington com Weiland, bem como o resto da banda - Dean DeLeo (guitarrista), Robert DeLeo (baixista) e Eric Kretz (baterista) - começou em 2001, quando o STONE TEMPLE PILOTS junto com o LINKIN PARK saíram juntos em turnê. Ninguém poderia prever, mas as sementes para uma maior colaboração nasceram nessa mesma turnê.

Bennington e Weiland também compartilharam muitas semelhanças trágicas. Com 12 anos de idade Weiland foi estuprado. Ele escreveu em sua biografia “Not Dead & Not For Sale”: “Um cara grande e musculoso do ensino médio que andava de ônibus comigo todos os dias para a escola, havia me convidado para ir à sua casa. O cara me estuprou... Foi rápido e não foi nada agradável. Eu estava com muito medo de contar para alguém".


O aluno não identificado e mais velho advertiu Weiland para não contar para ninguém o ocorrido, senão: "Eu nunca teria outro amigo nesta escola e ele iria arruinar a porra da minha reputação".

Weiland continuou: "Esta é uma memória que suprimi até poucos anos atrás, quando em uma clínica de reabilitação ela voltou à minha mente inundando tudo em volta. A terapia faz isso com você".

Em uma entrevista, Chester Bennington revelou que sofreu abuso sexual de um amigo mais velho quando tinha 07 anos de idade. Ele tinha medo de pedir ajuda, porque não queria que as pessoas pensassem que ele era gay ou um mentiroso e o abuso continuou até aos 13 anos. O abuso e a situação em casa o afetaram tanto que ele sentiu o desejo de matar esta pessoa e fugir para longe. Para se confortar, ele desenhou figuras e escreveu poesia e músicas. Mais tarde, ele revelou a identidade do agressor para o seu pai, mas optou por não dar continuidade ao caso depois de perceber que o agressor também havia sido uma vítima de abuso sexual.

Weiland e Bennington encontraram rapidamente o sucesso com as suas bandas quando lançaram os seus álbuns de estréia.

Weiland e Bennington ganharam a sua similaridade mais importante em 2013.

Após a reunião do STONE TEMPLE PILOTS em 2008 depois de 06 anos separados, velhas tensões, conflitos, bem como uma leve recepção ao 6º álbum homônimo lançado em 2010, levou à demissão permanente de Weiland da sua banda de origem. Foi em 2013 que os membros do STONE TEMPLE PILOTS voltaram aos palcos com Bennington assumindo os vocais e poucos dias depois, eles já estavam estreando uma nova música, "Out of Time".

A habilidade de Bennington para cobrir uma grande quantidade do terreno vocal de Weiland chegou à exibição completa. Baseando-se menos no estilo gritado que ficou conhecido no LINKIN PARK, Bennington mostrou uma habilidade particular para se adequar ao som do STONE TEMPLE PILOTS... Ele não copiou Weiland, mas fez mais do que o seu próprio estilo vocal já conhecido. Chester fez mais do que justiça às clássicas canções do STONE TEMPLE PILOTS como: "Plush", "Sex Type Thing" e tantas outras.

Parecia um ato insensível que Bennington e os membros do STONE TEMPLE PILOTS colaborassem em uma placa cheia de novas músicas, mas essa grande colaboração veio na forma do EP “High Rise” (2013). O EP apresentou o single "Out of Time", que se tornou um esmagamento instantâneo nas paradas, subindo todo o caminho percorrido para o nº 1 no ranking da Billboard.


 Havia muito amor e ainda mais respeito entre Bennington e os membros originais da sua nova banda. Em uma entrevista para a revista Rolling Stone em 2013, o guitarrista Dean DeLeo disse sobre a adição de Bennington ao grupo: "Isso ocorreu muito harmoniosamente. Foi uma união realmente natural".

O sentimento foi mútuo em nome de Bennington também. Em uma entrevista separada para a revista Rolling Stone, Bennington comentou: "Eu tenho a oportunidade de escrever músicas com 02 dos meus compositores favoritos, Robert e Dean. Escrevendo canções com esses caras, é algo que posso riscar da minha lista de coisas para fazer na vida".

A chance de trabalhar com os seus ídolos não foi perdida em Bennington. Ele lidou com uma mistura de classe, entusiasmo e respeito ao homem que ele substituiu. Mesmo esse homem, Scott Weiland, não falou mal de Bennington na mídia. Weiland falou com a revista Rolling Stone sobre como ele acreditava que Bennington não se juntou a sua antiga banda de uma forma "rancorosa". Em vez disso, apontou o seu descontentamento com os seus antigos companheiros de banda por escolherem avançar sem ele.

No que diz respeito à sua história e relacionamento com Weiland, Bennington deixou claro que não queria fazer parte de nenhum dos bastidores entre os ex-membros da banda. Como ele afirmou à MTV em 2013: "Ah, sim! Tomei esta decisão de não me meter na história deles desde o início. Eu disse a eles: 'Não. Eu não quero saber do ‘rolo’ de vocês com Scott’". Bennington agiu com classe, porque ele escolheu não caluniar ou trair o seu maior ídolo. Em vez disso, procurou manter o legado e a presença de Scott na banda em sua presença de palco e nas clássicas músicas que estava interpretando.
                   

Esta nova parceria durou até o final de 2015, quando amigavelmente Bennington aposentou o seu posto de vocalista do STONE TEMPLE PILOTS pois não estava conseguindo conciliar os compromissos da sua banda primária, LINKIN PARK, além da sua família. Durante a sua curta passagem na banda grunge, Bennington foi, sem dúvida, um destaque e um chute no traseiro no mundo da música rock.

Por respeito à música, ao legado e aos membros do STONE TEMPLE PILOTS, Chester sentiu que não estava conseguindo comprometer o tempo e esforço necessários que a banda merecia. Como fã em 1º lugar e embora possa ter realizado um sonho que se tornou realidade, Chester queria que a banda pudesse estar no máximo - e ele não queria ser o responsável por segurá-los.

Ele continuou com sucesso no legado da banda ao fazer participações esporádicas com o grupo nos anos seguintes, e continuou a compartilhar o seu amor mútuo e apreciação pela música da banda grunge.

Bennington forneceu às massas de fãs do STONE TEMPLE PILOTS a oportunidade de continuar vendo esta banda em grande forma no palco. Ele poderia realizar o legado maciço, a história maciça e possuí-lo completamente. Já no âmbito geral, Bennington proporcionou tanta alegria, tanta emoção, tanta música para várias pessoas, que a notícia do seu suicídio nos deixou um doloroso sentimento.

Enquanto Scott Weiland ainda estava vivo durante o mandato de Bennington no STONE TEMPLE PILOTS, Weiland veio a falecer somente 01 mês depois da saída de Chester. Agora, em menos de 02 anos, nos encontramos em luto por esta grande perda.


Para o STONE TEMPLE PILOTS a perda de Bennington serve como outra em uma longa linha de tragédias. Para este ponto a banda teve 02 grandes e trágicos vocalistas, agora ambos falecidos. O STONE TEMPLE PILOTS não é a única banda a perder um frontman. Basta ver o SOUNDGARDEN,  AC/DC, NIRVANA, PINK FLOYD, ALICE IN CHAINS..., mas perder 02 vocalistas? Isso é quase inaudito. É muito para suportar! Além das circunstâncias por trás do falecimento de cada um... Para o STONE TEMPLE PILOTS parece que a muralha está sempre se empilhando contra eles.


Desde a saída de Bennington da banda grunge, eles ficaram obstinados no desejo de encontrar um novo e 3º vocalista para ajuda-los a continuar com o legado da banda. Os últimos rumores em torno da busca por um novo cantor apontaram para Jeff Gutt, sendo que amigos confirmaram que a banda já está oficialmente ensaiando, mas ainda não quiseram revelar o seu novo vocalista.


 Talvez alguém, alguém tão inspirado como Bennington era por Weiland possa intervir na nova caminhada do STONE TEMPLE PILOTS, mas neste momento isso não é o que mais importa.

Uma verdadeira tragédia em todos os sentidos da palavra.

Confira o single "Out of Time", cantado por Chester Bennington e que foi lançado no EP "High Rise" do STONE TEMPLE PILOTS:


                                                               rockinthehead.com