Em uma nova entrevista para o site WGN, foi perguntado ao frontman do SMASHING PUMPKINS, Billy Corgan, sobre o progresso referente à próxima turnê da sua banda com a formação original.
"Sim, está rolando muita conversa, mas só vou acreditar quando eu ver o negócio acontecer. Penso que James (guitarrista) subiu ao palco conosco cerca de 01 ano atrás para algumas músicas, mas na medida em que o grupo realmente estava no palco com o trio dos quatro originais, fazia quase 17 anos que isso não acontecia e com D'arcy (baixista) já fazem 18 anos. Então, é um longo período de tempo para reconstruir o nosso Frankenstein".
Pelas redes sociais, Dave Grohl, do Foo Fighters, teceu um elogio emocionado para a cover da canção "Come Alive", feito pelo coral britânico Sweet Charity Choir com a finalidade de passar uma mensagem de prevenção ao suicídio. A música integra o álbum "Echoes, Silence, Patience & Grace", lançado em 2007.
Em texto publicado no Facebook no último dia 26, Dave agradece aos músicos por darem um significado ainda maior à música. "Obrigado Sweet Charity Choir & Music Support por uma interpretação tão bonita de 'Come Alive'… e por fazer essa música de esperança ainda mais esperançosa. Uma forma perfeita de tocar no novo ano… Dave"
Ao divulgar o vídeo da cover no Youtube, os membros do coral Sweet Charity Choir publicaram um texto de alerta sobre os casos de suicídio entre os artistas da música, destacando a importância do canto no combate ao suicídio. Leia a seguir:
"Todos os anos, perdemos incríveis artistas da indústria da música para o suicídio. Mais de 50% dos assistentes ou outros profissionais da indústria da música tentaram ou consideraram suicídio, e a maioria deles não buscou ajuda. Nós no Sweet Charity Choir sentimos que o canto pode fornecer luz em tempos obscuros, e fazer parte de uma comunidade musical pode mudar a sua vida.
Queremos conscientizar sobre Music Support, uma instituição de caridade da Reino Unido administrada por voluntários da indústria da música que fornecem uma linha de ajuda confidencial para qualquer pessoa que trabalhe com música e precise de ajuda. Esta é a nossa maneira de agradecer ao Music Support no Reino Unido, mas também às centenas de outras instituições de caridade em todo o mundo e seus milhares de voluntários.
Agradecemos também ao Foo Fighters pela criação desta incrível música que nos levou a tentar fazer algo."
Após os mega hits dos singles "Alive", "Even Flow" e "Jeremy", a gravadora Epic Records queria que a canção "Black" fosse o 4º single do álbum de estréia do PEARL JAM, “Ten” (1991), mas a banda sentiu que esta clássica música já tinha por si só um grande apelo comercial e para aliviar a tensão dos lançamentos dos primeiros 03 singles, o grupo resolveu escolher a canção reflexiva e pacífica que foi “Oceans”
Se tornando conhecido pelas suas músicas estelares, cheias de tensão e temperadas por um hard rock com levadas funk rock, o PEARL JAM escolheu uma canção mais calma para o seu 4º single para aliviar a dor acumulada das outras músicas incluídas no seu disco de estréia.
Esta atitude foi a 1ª que o PEARL JAM foi contra as solicitações do mainstream - e definitivamente não foi a única - ao lançar essa música tranquila em meio ao furacão alto, agressivo e cheio de dor nas ondas do grunge refletido pelos holofotes – e foi aí que eles se separaram dos seus contemporâneos.
“Oceans” foi lançado a tempo para entrar nos feriados do final de ano - em 07 de Dezembro/1992 - 01 dia depois do lançamento do single "Angry Chair" (do ALICE IN CHAINS), e 01 semana após do lançamento do single "In Bloom" (do NIRVANA).
Comparado aos singles citados acima, “Oceans” foi uma canção tranquila e fora da curva representando o single final do álbum “Ten”, e destacou o alcance além dos horizontes que as habilidades do PEARL JAM poderiam alcançar - exibindo uma diversidade que continuou ao longo de toda a sua carreira ao querer se distanciar do rótulo midiático. Em meio ao caos e turbilhão que o grunge proporcionou a todos os envolvidos, com “Oceans” ainda poderia haver paz e apenas ficar desfrutando das maravilhas que é a natureza ao longe de toda a dor.
O vocalista Eddie Vedder canta: "Você sabe que alguma coisa foi deixada / E todos nós estamos permitidos a sonhar com a próxima". Para alguns, o rock alternativo dos anos 90 e o grunge geralmente eram sobre negatividade, de modo que "permitir-se sonhar" desafiava como o gênero era/é definido.
Em entrevista para o site Seattle Sound em 2009, Vedder comentou sobre essa música:
"Alguém me pediu para colocar as moedas no parquímetro do estacionamento no estúdio onde estávamos ensaiando. Eu fui lá, mas depois que eu saí do estúdio a porta se fechou e ficou trancada, sendo que estava chovendo e eu não tinha nenhum guarda-chuva ou uma capa para me proteger. Eu tinha um pedaço de papel e uma caneta no meu bolso e a banda estava tocando esta canção pela 1ª vez lá dentro do estúdio. Tudo o que eu conseguia escutar era somente o som do baixo que atravessava a parede, pois as janelas também estavam trancadas. Então, eu escrevi as letras ouvindo a linha do baixo e nem tinha escutado a música desde o início. Quando ouvi que eles deram uma pausa, comecei a bater na porta para que eu saísse da chuva... Enquanto eu estava lá fora escrevendo as letras, me lembro de ter pensado: ‘Porra! Eu também posso escrever alguma coisa..."
Como Eddie Vedder afirma após a apresentação da banda no acústico da MTV em 1992: "Uma pequena música de amor que eu escrevi sobre a minha prancha de surfe".
Literalmente no meio do álbum “Ten”, o PEARL JAM vai contra as normas encaixando a silenciosa canção “Oceans” em seu disco de estréia.
Nos anos que se seguiram, a banda continuou a demonstrar o seu tema de paz em várias músicas, prevalecendo bastante no seu 4º álbum de estúdio e o mais experimental de todos, “No Code” (1996), onde os mesmos ritmos tribais dessa vez foram acelerados em polirritmias na canção "In My Tree" - outra canção que se curou da dor ao olhar para a natureza em relaxamento e reflexão – mas para obter o ritmo exclusivo para "Oceans", o 1º baterista a passar pela banda, Dave Krusen, usou da sua singularidade e o engenheiro de mixagem, Tim Palmer, ficou sacudindo um frasco de pimenta e usou discretamente um extintor de incêndio para desencadear uma sensação exótica e única.
Em uma entrevista para o site The Line of Best Fit em 2016, o guitarrista e um dos compositores dessa música, Stone Gossard, revelou por quê “Oceans” é a sua canção preferida do álbum “Ten”:
"Isso provavelmente resume o motivo pelo qual eu fico empolgado com o processo em compor músicas. É como dessintonizar de propósito, onde o 1º acorde atravessa adiante e são apenas 02 dedos que entram e se desligam para criar o todo da música. Depois eles se movem para baixo somente em uma posição e voltam novamente para o início. Existe uma pequena mudança, mas também apresenta 03 grandes movimentos... O que eu amo no que diz respeito às músicas são os acordes estéticos, sabe? Quanto mais simples, melhor, e depois surge outro conjunto que faz algo com aqueles acordes originais, deixando-a com um arranjo realmente simples".
Nesta mesma entrevista, o outro compositor dessa canção - o baixista Jeff Ament - também revela que "Oceans" é a sua música favorita do álbum de estréia do PEARL JAM:
"Quando a gravamos, imaginei que estávamos abrindo uma caixa e enxergando que havia muitos outros lugares que poderíamos alcançar musicalmente. Eu também gosto da introdução e de como ela termina, que foi tipo um projeto de arte que criamos num dia em que soubemos que alguém da banda estava doente. São essas coisas que me deixa mais empolgado quando criamos uma canção que fica um pouco fora da nossa zona de conforto”.
“The Raincoats”, álbum de estreia de 1979 do quarteto liderado pela portuguesa Ana da Silva, continua a fazer correr tinta quase quatro décadas depois. Um novo livro a ele dedicado foi o pretexto para um encontro em Lisboa com a vocalista e guitarrista, que recordou o dia em que um fã chamado Kurt Cobain lhe bateu à porta da loja onde trabalhava
Num manifesto escrito para um panfleto autopublicado em 1980, Ana da Silva defendia que era «importante tentar evitar ao máximo entrar nos jogos que nos são propostos». A guitarrista e vocalista das Raincoats referia-se às armadilhas impostas pela condição feminina numa era em que Margaret Thatcher tinha acabado de chegar ao poder com a força de uma dama de ferro, disposta a não permitir que o facto de ser mulher a amaciasse na condução do país. «Ser mulher», argumentava Ana da Silva, «é tanto sentir no feminino e expressar no feminino quanto (pelo menos para já) reagir contra o que se diz que uma mulher deve ser. Esta contradição cria caos nas nossas vidas e se queremos ser reais, temos que descurar o que nos foi imposto, temos que criar as nossas vidas de uma nova maneira».
Simon Reynolds, nas páginas de Rip It Up and Start Again, o mural definitivo do pós-punk (ed. Penguin, 2005), explica que «a forma encontrada pelas Raincoats para ultrapassar a pressão de serem femininas passou por terem uma aparência vulgar, adotando um visual desmazelado que passaria despercebido em qualquer banda masculina da mesma época. Mas tal gesto vindo de mulheres, no entanto, assumia uma dimensão radical, uma estridente recusa do glamour». Essa «estridência» rendeu quatro álbuns editados entre 1979 e 1996, incluindo o homónimo registo de estreia que acaba de merecer honras de atenção na aplaudida série de livros da Bloomsbury 33 1/3 (que já conta mais de 120 volumes, cada um deles dedicado a um álbum clássico, cobrindo obras de artistas como Björk, Arcade Fire, Brian Eno, The Beatles, David Bowie, Prince, Talking Heads ou LCD Soundsystem). O livro dedicado a The Raincoats é assinado pela jornalista norte-americana Jenn Pelly (colaboradora de publicações como a Rolling Stone ou o New York Times), que começa por se questionar sobre «quem é que fica para a história e porquê?», antes de se atirar à fascinante saga de quatro mulheres que criaram uma obra de tal força que um dia – já os anos 90 iam lançados e as Raincoats acreditavam serem elas mesmas coisa do passado – um rapaz louro foi ter com Ana da Silva à loja de antiguidades em que trabalhava, na zona de Notting Hill: «na altura», explica-nos agora a guitarrista, «eu não fazia ideia de quem era o Kurt Cobain ou os Nirvana. Vivia noutro mundo, nunca tinha ouvido falar neles...».
(Ana da Silva em 1978
SHIRLEY O'LOUGHLIN
DA MADEIRA PARA LONDRES)
Ana da Silva recorda as estórias de que se faz a história das Raincoats sentada numa esplanada da zona do Chiado, em Lisboa, onde costuma passar férias vinda de Londres, cidade que adotou como sua há mais de 40 anos. Natural da Madeira, Ana visitou Inglaterra pela primeira vez quando contava 16 anos, com a sua irmã mais velha: «Foi na altura dos Beatles, que ainda só tinham três álbuns, e os Rolling Stones só tinham um. E nós comprámos esses álbuns todos e fomos ver os Rolling Stones e outras bandas como os Dave Clark Five e assim, coisas da época. Vimos o filme A Hard Day’s Night e achámos tudo fantástico».
Em 1964, ainda a uma década da revolução, sair de Portugal e aterrar em Londres equivalia, muito literalmente, a abrir os olhos – e os ouvidos! – a um admirável mundo novo. E mesmo a mais de cinco décadas de distância, Ana da Silva continua a carregar na voz o entusiasmo da descoberta quando recorda esses episódios. Um par de anos mais tarde, Lisboa foi o passo seguinte na sua aventura: foi na capital que se estabeleceu para «estudar Germânicas»: «havia o Em Órbita e eu ouvia muito esse programa, era fantástico porque lá na Madeira a rádio era uma coisa horrorosa», recorda, referindo-se ao mítico programa do Rádio Clube Português produzido e realizado por Jorge Gil e Pedro Soares Albergaria, que contava com apresentação de Cândido Mota. «Ele tocava sempre dois álbuns alternadamente. E eu gravava tudo e depois ouvia», rememora.
A paixão de Ana da Silva pela música, no entanto, não se traduzia necessariamente nalguma educação musical formal: «eu tocava um bocadinho de piano. A minha mãe mandou-nos aprender piano quando éramos miúdas, mas eu não tinha assim tanto interesse nisso. Quando vim para a faculdade, a minha irmã comprou-me uma guitarra acústica e comecei a dar uns toques». Na verdade, admite Ana, nada de verdadeiramente consequente. A inclinação musical a sério só se revelaria mais tarde, em Londres, para onde foi, no final de 1974: «tive um bocado de pena porque tinha havido o 25 de Abril e as portas estavam todas muito mais abertas, mas, na verdade, eu nem tinha planeado mudar-me para Inglaterra».
A futura cantora e guitarrista foi inicialmente de férias, mas depressa arranjou trabalho junto de amigos expatriados por causa da ditadura. «Resolvi estudar Artes porque foi uma coisa de que sempre gostei». E em Inglaterra, já se sabe, as escolas de artes foram um importante campo de recrutamento para as fileiras do punk. «Já nos anos 60 havia muitas bandas como os Kinks, que tinham elementos vindos de escolas de artes», justifica. Com o entusiasmo punk a varrer os corredores das escolas que mais cultivavam a urgência da expressão, não demorou até que Ana da Silva se cruzasse com alguém com as mesmas afinidades e vontades: «conheci a Gina [Birch] e, ao fim de mais ou menos um ano, resolvemos começar uma banda».
Gina Birch veio de Nottingham para o Hornsey College of Art e aterrou em Londres no preciso momento em que o punk inflamava a cidade. Para a futura baixista das Raincoats ver as Slits ao vivo foi quanto bastou para que decidisse formar uma banda: «fiquei absolutamente doente de inveja», contou Birch a Simon Reynolds. «Mas era daquela inveja motivadora. Ver tantas bandas que não sabiam tocar muito bem foi uma inspiração. Porque eu tocava um bocadinho guitarra, mas não era um ás. Bem, na verdade continuo a não ser, mas tenho a minha linguagem», explica agora Ana da Silva, por entre risos. «Ver a Patti Smith foi uma coisa que mudou a minha vida, mas eu achava-a tão fantástica que nunca pensei que podia fazer a mesma coisa, claro. Mas vendo as Slits – que eram pessoas que viviam ali ao pé e que eu conhecia – convenci-me do contrário», conta-nos Ana da Silva. Ainda por cima, os fanzines encorajavam toda a gente a pegar em instrumentos: «havia um que se chamava White Stuff que dizia que só era necessário saber três acordes e até publicou um desenho a ensinar esses três acordes. E eu até sabia mais do que três, sabia para aí uns quatro ou cinco». (risos)
Nesses dias sem futuro, a fundadora das Raincoats viu os Sex Pistols «antes de serem famosos e com 20 ou 30 pessoas no público» e os Clash, «mais do que uma vez». E cada concerto servia como mais um passo na direção da sua própria banda, ainda que o presente fosse o mais importante dos tempos: «quando comecei, nem pensei assim muito para a frente. Começámos uma banda e acho que não pensei “vou para o palco e vou fazer discos”. Nada disso. Começámos ali a tocar na minha salinha com dois amplificadores pequenos, daqueles que nem dava para tocarmos ao vivo. As duas guitarras, o baixo e as vozes passavam por esses dois amplificadores, não tínhamos mais nada. O baterista não precisava – tocava muito alto».
Antes de se cristalizarem como uma banda só de mulheres, as Raincoats de Ana da Silva e Gina Birch ainda contaram com os préstimos de alguns homens: no primeiro concerto de sempre, em novembro de 1977, Ross Crighton tocou guitarra e Nick Turner assumiu a bateria. Turner sairia pouco depois para formar os Barracudas, sendo substituído de forma fugaz por Richard Dudanski que vinha dos 101ers (a banda de Joe Strummer pré-Clash) e que haveria de integrar os PiL (a banda de Johnny Lydon pós-Pistols). Houve igualmente uma sucessão de guitarristas, incluindo o futuro cineasta Patrick Keiller. Na reta final de 1978, no entanto, a banda assumiu a sua formação clássica com a entrada de Palmolive, a baterista que tinha abandonado as Slits, e da violinista Vicky Aspinall. Esta formação – já sob a condução da manager Shirley O’Loughlin, que se mantém ao serviço das Raincoats até hoje – estreou-se em palco no Acklam Hall de Londres a 4 de janeiro de 1979, antes de embarcar numa digressão conjunta com as suíças Kleenex, já com o single de estreia lançado pela Rough Trade. No NME, Ian Penman reportou a estreia para a posteridade: «foi uma noite de comédia, paródia, muita calma contracorrente, diversão, rock radical e feminismo pop a rodos». O crítico concluía depois: «não me consigo lembrar de nada das Raincoats porque fui hipnotizado». Mick Jones, dos Clash, membros das Slits e dos Scritti Politti e gente da Rough Trade marcaram presença nesse concerto.
«Como eu trabalhava na loja», conta-nos Ana da Silva, «convidei o Geoff para ir ver um concerto e tudo aconteceu muito depressa. Usámos um tempo de estúdio que tinha sido reservado para os Stiff Little Fingers para fazermos a maqueta do “Fairytale in the Supermarket” e depois a Rough Trade meteu aquilo na rua muito rapidamente. Tínhamos acabado a tournée e praticamente gravámos ao vivo». O single de estreia das Raincoats foi lançado em abril de 1979 e foi a décima terceira entrada num catálogo que já incluía Kleenex, Cabaret Voltaire, Stiff Little Fingers, Subway Sect e Swell Maps, entre outros.
Geoff Travis, fundador da Rough Trade (que se mantém na liderança da marca – lojas, edição e distribuição) recorda-nos, hoje, como tudo aconteceu: «apaixonámo-nos todos pelo que as Raincoats estavam a fazer: a chinfrineira maluca, as canções, o nervo desavergonhado destas mulheres... Elas tiveram um efeito galvanizador em muitas outras mulheres que as viram e que perceberam que elas não precisavam de autorização de ninguém no mundo masculino para mostrarem as suas ideias e as suas paixões. Era algo muito punk, a ideia de que qualquer um poderia subir a um palco e fazer alguma coisa. Elas fizeram isso muito bem»
A lista dos 50 discos preferidos de Kurt Cobain, dos Nirvana. "The Raincoats" está na terceira coluna
UM RAPAZ CHAMADO KURT
O single «Fairytale in the Supermarket» – que Jenn Pelly descreve como «arte pop em miniatura» – foi coescrito por Ana da Silva após ter visto o documentário Who Is Poly Styrene na BBC, em janeiro de 1979, apenas dois meses após a edição de Germfree Adolescents, o clássico punk dos X-Ray Spex. Numa das cenas do documentário, a vocalista da banda é filmada num supermercado: «lembro-me claramente de a música dela me soar a contos de fadas, mas numa sociedade de consumo», contou Ana da Silva à autora do livro da série 33 1/3 dedicado ao primeiro álbum das Raincoats. «De repente ocorreu-me: “é como um conto de fadas no supermercado”».
Os aplausos da imprensa foram imediatos. E surpreendentes para a banda, ainda não plenamente convencida de que a sua inépcia podia ser entendida como marca de estilo: “o facto de termos começado a banda foi uma surpresa, o facto de termos feito uma música foi uma surpresa. A primeira música que fizemos parecia uma coisa feita por outras pessoas porque eu nunca tinha feito nada assim. Tinha tocado viola acústica ou mesmo elétrica em casa sozinha, mas não é a mesma coisa que ter aquele som que têm as partes todas, com a letra e tudo o mais. A primeira letra nem fui eu que a escrevi; eu nem sabia que ia escrever letras. Nunca tinha tido aquela coisa de escrever poesia nem nada disso. Como não tínhamos canções, vim a Portugal de férias e comecei a escrever umas músicas, a “Black and White”, “The Void”... Duas ou três escrevi no Porto Santo e depois as outras fui fazendo conforme fomos precisando de canções. Eu também não ia ser a cantora, achava que íamos arranjar uma».
«O álbum de estreia das Raincoats», alertam Simon Reynolds e Joy Press em The Sex Revolts (Serpent’s Tail, 1995), «torce e espreme o formato rock, mas não o quebra». «O álbum», contrapõe Ana da Silva, «foi fantástico porque foi um cimentar da coisa, da nossa existência». Geoff Travis tem elogios igualmente rasgados: «o álbum delas é único porque é a soma de todos os elementos do grupo, uma colisão de diferentes educações e culturas que se encontram num caleidoscópio feminista de música maravilhosa». John Lydon, em 1980, garantia à Trouser Press que os Pistols tinham dado a machadada final no rock and roll: «o rock and roll é uma merda. Os avós dançaram-no. Já não me interessa... exceto as Raincoats».
Lydon não foi o único fã notável. Anos mais tarde, outro admirador famoso, Kurt Cobain, forçou a saída das Raincoats das amarras da memória de uns quantos iluminados que as tinham preservado. Nas notas de capa de Incesticide, dos Nirvana, aquele que era então o maior símbolo rock da sua geração contava a história de uma peregrinação a Portobello Road em busca de uma cópia do álbum de estreia das Raincoats.
«Ele foi à loja da Rough Trade porque tinha um disco que já estava gasto e queria ter uma cópia nova, mas eu não sabia quem ele era», confessa Ana da Silva. «Estava com a mulher – a Courtney Love – que estava grávida, e vieram lá dentro [à loja de antiguidades onde Ana trabalhava], mas eu estava com outro cliente, de maneira que não pude estar muito tempo à conversa com eles. Perguntou se eu tinha uma cópia do álbum, eu disse que ia ver, mas não liguei muito. Percebi depois que não tinha, mas falei com alguém na Rough Trade que tinha dois exemplares e me ofereceu um. Preparei um envelope, colei dentro umas fotografias e umas palavras, assinei-o – tal como as outras pessoas da banda – e enviei-lho».
Nas notas de Incesticide, o vocalista dos Nirvana dá conta da alegria que sentiu quando recebeu o seu exemplar de The Raincoats: «essa escritura maravilhosamente clássica», afiançava Kurt. Receber a carta de Ana da Silva, garantiu o músico de Seattle, deixou-o «mais feliz do que tocar em frente de milhares de pessoas todas as noites». «Foi uma das poucas coisas realmente importantes com que fui abençoado desde que me tornei neste intocável menino-génio», acrescentou.
Na altura, Ana admite que estava muito desligada da música. «Ia de vez em quando à Rough Trade, mas não sabia dos Sonic Youth [a baixista Kim Gordon também era fã], nem nada. Comecei a ouvir outras coisas diferentes. Entretanto, comprei o disco dos Nirvana e gostei muito, achei fantástico. Enviei-lhe o nosso álbum e aí é que ele escreveu aquela coisa toda que está em todo lado (risos)». «Outra surpresa foi que aquelas bandas todas da cena riot grrrl citavam-nos como uma influência e inspiração. Eu julgava que os nossos discos estavam a criar pó».
O livro sobre "The Raincoats", lançado em outubro de 2017
Na época, a Rough Trade aproveitou a adoração professada por Kurt Cobain para reeditar os álbuns das Raincoats que não tardaram a voltar à estrada (chegaram a fazer alguns concertos com Steve Shelley, dos Sonic Youth, na bateria). A 6 de abril de 1994, as Raincoats tocaram na WFMU de Nova Jérsia, uma das mais respeitadas rádios independentes dos Estados Unidos. A entrevista que se seguiu serviu para apresentar a digressão de sete datas que deveriam iniciar em Inglaterra na semana seguinte, mas Cobain tinha-se suicidado na noite anterior, o que se saberia dois dias mais tarde.
A notícia «fatal» chegou-lhes ainda na América: «na altura não havia telemóveis, não tínhamos rádio ligado e chegámos à noite a Nova Iorque para tocarmos com Liz Phair e Cat Power. Foi logo quando acabámos o soundcheck que a pessoa que tratava de nós na Geffen veio ao palco e deu-nos a notícia da morte dele. Eu fiquei completamente... Na altura foi difícil. Quando fizemos o concerto, as letras todas que eu estava a cantar estavam quase todas a ter ligação com o que se tinha passado. O significado mudou totalmente nesse dia».
Looking in The Shadows, lançado em 1996 pela Rough Trade em Inglaterra e pela Geffen nos Estados Unidos, foi a derradeira consequência do tardio reconhecimento do talento que originalmente tinha rendido um trio de álbuns hoje encarados como clássicos: The Raincoats (1979), Odyshape (1981) e Moving (1984) são autênticos hinos de liberdade, de afirmação de uma condição feminina progressista, de imaginação e superação, de quebra de barreiras e de preconceitos. Em 2009, Gina Birch confessava ao Guardian que depois de ter visto Yoko Ono em palco aos 76 anos se sentiu capaz de fazer isto «por mais 20 anos»: «damo-nos bem, somos mulheres, não era esperado que estivéssemos aqui, mas estamos. Quero ter mais 20 anos!». Verdade seja dita, as Raincoats continuam perfeitamente dentro do prazo.
O guitarrista do SONIC YOUTH, Lee Ranaldo, deu uma entrevista para o site Spinner e falou um pouco sobre a sua banda - em hiato desde 2011, sendo que o último show foi aqui no Brasil, no SWU Festival em São Paulo.
Segue logo abaixo alguns dos principais pontos dessa entrevista:
Jornalista: Por que você sempre foi o que menos cantava dos 03 vocalistas do SONIC YOUTH?
Lee Ranaldo: Eu não sei, isso meio que sempre foi ao acaso... Acho que no começo Thurston e Kim (guitarrista e baixista) eram os vocalistas dominantes da banda e apesar de eu ter cantado também em outros grupos anteriores ao SONIC YOUTH, sempre diferi deles em muitos termos em relação a quem estava cantando a maioria das músicas. Em algum momento o conceito inicial da banda foi de Thurston e eu realmente apenas me distanciei dos 02 como cantores mais potentes de alguma forma..., ou apenas mais dominantes.
Jornalista: Como foi fazer a última turnê da banda em 2011 pela América do Sul, sendo que Kim e Thurston haviam se separados durante essa turnê? Como isso afetou a continuidade dessa turnê final? Era algo que já ocorria há tempos ou foi uma surpresa para você?
Ranaldo: Bem, não foi tão repentina para mim como foi em termos de imprensa. Na verdade, a turnê foi muito boa e esta situação realmente não afetou tanto assim as coisas na banda. Foi uma turnê ótima no geral, quero dizer, teve um pouco de cuidado e algumas situações diferentes com as viagens, você sabe, porque eles não estavam mais dividindo o mesmo quarto de hotel e qualquer coisa do tipo... Eu diria que, no geral, os shows foram muito bons. Isso meio que transparece o que acontecerá no futuro a partir de agora, porque certamente aqueles foram os últimos shows do SONIC YOUTH por um bom tempo e vamos deixar as coisas desse jeito, sem forçar ou apressar ninguém só para ver o que o futuro nos aguarda...
Jornalista: Você está otimista a respeito do futuro da banda?
Ranaldo: Eu estou otimista a respeito do futuro, não importa o que aconteça. Quero dizer, todo grupo traça o seu rumo, certo? Estivemos juntos por muito mais tempo do que qualquer um de nós jamais esperaria e a maior parte disso foi um passeio incrivelmente prazeroso. Ainda há muita coisa que continuaremos a fazer, há toneladas e toneladas de projetos arquivados e coisas que ainda estão rolando, então há muitas formas em que estamos presos uns aos outros para o futuro, seja musicalmente ou em outras maneiras. Eu apenas estou feliz agora em deixar o futuro tomar o seu rumo e sinto que estou agradecido por ter feito parte do SONIC YOUTH por 30 anos.
Confira o vídeo clipe da música "Sunday", lançada no 10º álbum de estúdio do SONIC YOUTH, "A Thousand Leaves" (1998):
O nome Sonic Youth é proveniente de dois músicos - o MC5's Fred "Sonic" Smith e da estrela do reggae Big Youth.
A capa de Goo foi criada pelo famoso Raymond Pettibon, artista que já criou capas para bandas como Foo Fighters e Black Flag, e originalmente ofereceu um esboço da atriz/dançarina Joan Crawford para a capa Goo. Mas o Sonic Youth escolheu outro projeto de Pettibon que foi baseado em uma foto de Maureen Hindley e seu primeiro marido David Smith, que foram testemunhas no caso dos assassinos em série "Moors Murders", Ian Brady e Myra Hindley, dirigindo para o julgamento em 1966.
Os primeiros registros do Sonic Youth foram caracterizados por
muita distorção, resultado da afinação que Moore e Ranaldo implementaram em suas guitarras. Também usavam frequentemente seus instrumentos com baquetas e chaves de fenda, uma técnica de exploração musical emprestada de John Cage que colocava itens como bolas de borracha e parafusos de madeira entre suas cordas de piano para mudar o som do instrumento.
Em julho de 1999, um caminhão cheio de equipamentos do Sonic Youth foi roubado após um show. O caminhão alugado do Sonic Youth, cheio de seus equipamentos (havia muitos instrumentos únicos e insubstituíveis) foi roubado no meio da noite antes da banda tocar em um festival no Condado de Orange, na Califórnia. O caminhão foi encontrado mais tarde em Los Angeles, vazio. Ao longo dos anos, os fãs da banda tentaram recuperar alguns instrumentos. Duas dessas guitarras foram devolvidas 13 anos depois.
Durante seus primeiros dias, o Sonic Youth formou uma amizade com a banda de rock de Nova York Swans. As bandas compartilharam o mesmo espaço de ensaio, e o Sonic Youth embarcou em seu primeiro passeio pelo sul dos Estados Unidos a partir de novembro de 1982, abrindo shows para o Swans. Houve alguns atritos entre as bandas durante a segunda turnê.
Em 1994, Moore formou um grupo com ike Mills, Dave Grohl, Greg Dulli e Don Fleming. A banda gravou uma música para o filme "Backbeat", com o nome Blackbeat Band.
A música "Kool Thing" foi inspirada por uma entrevista que o baixista/cantor Kim Gordon conduziu com LL Cool J para a Spin em que os dois artistas entraram em conflito. O video de "Kool Thing" foi estilizado após o vídeo "Going Back to Cali" de LL Cool J, até a câmera em preto e branco e os dançarinos são parecidos.
A música "Teenage Riot" é sobre J Mascis do Dinosaur Jr. A música é sobre uma realidade alternativa onde J Mascis é presidente dos Estados Unidos
Os designers de games Trevor Reveur e Dorian SRed criaram o jogo "No Wave", inspirado no trabalho de Sonic Youth, Swans, Birthday Party e Foetus.
O Sonic Youth já apareceu em um episódio dos simpsons.
Anos atrás, o músico causou polêmica ao chamar a plataforma de streaming de “o último peido desesperado de um corpo moribundo”, ao criticar o pagamento que os artistas recebem da empresa.
Por esses motivos, foi surpreendente para muitos fãs quando parte do catálogo do Radiohead retornou às redes de streaming ano passado — e esse mês, o próprio músico chegou a disponibilizar os discos de seus projetos paralelos na plataforma, como nós falamos por aqui.
No entanto, os sentimentos de Yorke em relação à empresa aparentemente não mudaram muito. Através de seu Twitter, o músico respondeu uma mensagem de Geoff Barrow, do Portishead, que criticava o modelo de pagamento do Spotify.
“Ok, pergunta rápida para os músicos… Quantos de vocês pessoalmente ganharam mais de 500 libras do Spotify?”, perguntou Barrow. “Eu recomendo a vocês, homens e mulheres, que leiam os comentários abaixo… nada mais a falar”, disse Yorke ao repassar a mensagem.
Uma das respostas que Barrow recebeu foi de Dan Le Sac, produtor de hip-hop, que mencionou ter recebido 100 libras de 20 mil streams de músicas. “Muito mais [dinheiro] do que com streams do YouTube, mas muito menos do que com vendas de discos”, disse Peanut Butter Wolf, o fundador da Stones Throw.
O bom amigo de Stipe, Kurt Cobain, foi apenas um artista que reconheceu a legitimidade da metamorfose da sua banda. Falando para a revista Rolling Stone no início de 1994, o frontman do NIRVANA havia dito: "Eu sei que vamos gravar pelo menos mais 01 álbum de estúdio e tenho uma boa idéia do que pode ser. Será bastante etéreo e acústico, como os discos do R.E.M. Se eu pudesse apenas compor algumas músicas tão boas assim como eles fizeram... Eu não sei como essa banda faz o que fez! Deus, eles são os melhores e eles lidaram com o sucesso como santos e continuam a entregar uma excelente música".
Enquanto o NIRVANA nunca conseguiu gravar esse álbum, a afirmação de Cobain já dizia muito sobre o futuro da banda. Stipe concluiu: "Eu tinha esquecido que ele havia dito isso sobre nós... Eu realmente queria que ele tivesse vivido mais e Kurt era um excelente compositor. Ele também estava em uma transição estável como artista, sabe? Ele chegou ao fim de uma coisa e estava pronto para explorar a próxima fase, mas infelizmente ele não conseguiu fazer isso...”
Quando Krist Novoselic (ex-baixista do NIRVANA) subiu ao palco recentemente na cidade de Eugene/Oregon, para tocar o baixo na canção “Big Me” junto com o FOO FIGHTERS – em turnê pelos EUA divulgando o seu novo álbum de estúdio, “Concrete and Gold” (9º disco, 2017) - Dave Grohl se abriu para a plateia e falou sobre a sessão final de gravação do NIRVANA em Janeiro/1994.
Embora já seja de conhecimento público que Grohl e Novoselic gravaram várias demos e idéias para músicas - antes de Kurt Cobain aparecer no estúdio para gravar a então inédita canção "You Know You’re Right" - Grohl revelou que já tinha a idéia para a clássica música do FOO FIGHTERS, “Big Me”, durante esta sessão.
Grohl falou para a platéia neste show: "Voltando para aquele dia, eu tinha essa canção que pensei que poderia soar legal. Estávamos no estúdio do nosso amigo Barrett..., não, não estávamos. Estávamos no estúdio de Robert Lang e não tínhamos nada para fazer o dia inteiro, porque Kurt não apareceu nos 02 primeiros dias dos 03 que reservamos. Então, eu falei para Krist: ‘Eu tenho uma idéia para te mostrar”, e gravamos juntos esta canção e que acabou sendo lançada no 1º álbum de estúdio do FOO FIGHTERS em 1995 (e que leva o mesmo nome da banda). Esta música se chama "Big Me".
Voltando para 2004 numa matéria feita pela revista Mojo, foram levantados exatamente quais as canções gravadas por Grohl e Novoselic naquela sessão de gravação. Confira só:
“Dave w/Echoplex”: Esta música tem a participação de Grohl e Bailey (engenheiro de som). A canção resultou de uma idéia provocada quando Bailey conectou um Teremim (instrumento musical 100% eletrônico, controlado sem qualquer contato físico pelo músico) em uma máquina de fita Echoplex, para emitir uma sonoridade “arranhada”. Bailey se recorda: “Dave realmente gostou e pulou atrás da bateria para começar a acompanhar. Uma parte de tocar com o Echoplex envolveu abruptamente uma mudança de tempo no eco que emitia e que foi uma coisa difícil de acompanhar. Nós não tivemos um bom tempo para elaborar um conceito sobre a canção e as melhores coisas devem ter acontecido antes de apertamos o botão de gravação”.
“New Wave Groove”: 03 tomadas foram gravadas desta música que possui somente guitarra, baixo e bateria. As 02 primeiras foram executadas por cerca de 07 minutos e uma versão mais curta também foi gravada. O dono do estúdio, Robert Lang, falou: “Tiramos uma linha direta do baixo de Krist e provavelmente a gravamos dentro de um gabinete para obter esta sonoridade meio funk”.
O frontman do Bush, Gavin Rossdale, falou com a Loudwire sobre sua apresentação no tributo ao falecido Chester Bennington do Linkin Park.
Linkin Park & Friends Celebrate Life In Honor of Chester Bennington aconteceu no dia 27 de Outubro do icônico Hollywood Bowl e contou com participações especiais de Jonathan Davis do Korn, M. Shadows do Avenged Sevenfold, membros do Blink-182, Bring Me The Horizon e mais.
Lá, Rossdale apresentou “Leave Out All the Rest” com o Linkin Park e ele conta a importância e dificuldade de ter cantado a faixa: “Foi incrivelmente triste. Como pai, eu me sinto péssimo pelo seus filhos. Sua familia, sua esposa e eu pensa em Chris Cornell. Eles estão conectados (…) Eu acho muito triste quando você está nessa situação de cantar uma música para honrar alguém. Você não quer errar.”
Ele revela que estava nervoso e queria fazer uma boa apresentação para Bennington e Cornell, quem ele não deixou de pensar durante seu set. “Aquele foi meu jeito de honrar Chester. É estranho, pois eu não estava honrando Chris naquela noite específica, mas foi difícil não pensar nele também.”
Leia aqui a entrevista completa (e em inglês) e aqui você pode conferir a apresentação na íntegra do tributo a Chester Bennington.
O frontman do Linkin Park cometeu suicídio em Julho desse ano. Da mesma forma, Chris Cornell faleceu um mês antes.
No dia 27 de Dezembro Jim Burns, o co-criador do icônico programa de shows acústicos MTV Unplugged, faleceu aos 65 anos de idade.
Embora a causa oficial da morte não tenha sido confirmada, Burns havia sido hospitalizado após ser atropelado por um táxi em Manhattan no último sábado. Uma pessoa próxima à família do produtor confirmou sua morte para a Billboard.
A série Unplugged foi criada em 1989 e, ao longo das últimas décadas, contou com diversos shows lendários de bandas e artistas como Eric Clapton, Nirvana, Pearl Jam, Alice In Chains e muitos outros.
Apesar de não ter sido constantemente gravado por todos esses anos, o programa foi revivido em diversas ocasiões — a última delas em Setembro desse ano, com apresentações de Shawn Mendes, Bleachers e A-ha.
Jerry Cantrell, foi entrevistado pelo programa Let There Be Talk. Seguem alguns trechos:
"Em nossa galera de Seattle no final dos anos 80 e início dos anos 90, ninguém estava realmente querendo tirar vantagem sobre o outro, sabe? Susan Silver era empresária do SOUNDGARDEN e Kelly Curtis do MOTHER LOVE BONE (e depois, gerenciou o PEARL JAM até os dias de hoje), sendo que logo em seguida, os 02 estavam empresariando o ALICE IN CHAINS".
"Eles tinham os seus escritórios no mesmo prédio e são pessoas muito legais. Por exemplo: eu morei uma época com Kelly e sua esposa por alguns anos, sabe? Depois, eu me mudei com eles e ambos me deram um lugar para morar. Numa época em que eu não tinha um lugar para ficar, também morei com Susan e Chris Cornell (casados na época)”.
“Nesse tempo, compus a canção ‘Rooster’ na casa de Susan e Chris olhando para a porra da chuva caindo. Eles não assinaram um contrato conosco até que nós conseguíssemos um acordo mútuo. Susan e Kelly nos falaram: ‘Nos deixe mostrar o que podemos fazer por vocês, e então, vocês decidem se querem assinar um contrato conosco'. Me diga, qual empresário faria isso por você? Aquela foi uma gestão real e foi o que eles realmente fizeram".
"Eles queriam que algo acontecesse para todos nós, sabe? Claro que eles queriam fazer parte disso, eles não são estúpidos até o ponto de não quererem um negócio lucrativo, mas na verdade não era isso do que se tratava. Eles estavam tentando facilitar as coisas, fazer o que precisava ser feito para acontecer musicalmente. A espiral continuava ficando mais larga e mais larga e nós continuávamos indo cada vez mais longe, saindo de Seattle e chegando à Califórnia para fazer shows e turnês. Outras bandas legais de Seattle estavam fechando contratos com grandes gravadoras na época e você poderia ir num show do BLACK FLAG ou do FAITH NO MORE e em seguida, aparecia o SOUNDGARDEN para fazer um grande show. Foi uma ótima época, cara".
Confira o vídeo clipe da canção “Rooster”, lançada no 3º trabalho de estúdio do ALICE IN CHAINS, “Dirt” (1992):
Após uma longa batalha judicial, a filha do músico Kurt Cobain (1967-1994), Frances Bean Cobain, teve seu divórcio oficializado pela Justiça dos EUA.
No entanto, Frances e seu ex-marido ainda estão em guerra pela posse do violão utilizado por Kurt na gravação do clássico álbum MTV Unplugged do Nirvana, uma das últimas apresentações do artista.
A revista People teve acesso aos documentos do divórcio. Segundo a publicação, Frances Bean Cobain não perderá sequer um centavo de sua fortuna estimada em cerca de US$ 450 milhões (R$ 1.47 bilhão), mas pode perder posse do violão.
Marido de Frances ao longo de 21 meses até março de 2016, Isaiah Silva alega que o instrumento foi dado de presente a ele por sua ex.
"Em breves pinceladas o niilismo é definido como um pensamento filosófico baseado num racionalismo que quer responder pelo ser humano, decifrá-lo, em outras palavras, que busca a objetivação do mundo e do outro por meio de conceitos racionais" (LUIZ F PONDÉ -filósofo).
"Se Deus não existe tudo é permitido" (FIÓDOR DOSTOIEVSKY - escritor russo - 1821 - 1881)
BERDIAEFF afirma que, quando o homem introduziu-se no caminho da liberdade, ele viu-se frente a frente com este dilema: "[...] existem para a sua natureza fronteiras morais, ou pode ele arriscar-se a fazer tudo?". A liberdade, quando se degenera em arbitrariedade, não reconhece nenhuma coisa como sagrada, não aceita nenhum limite. Se Deus não existe, se o próprio homem é Deus, tudo lhe é permitido. O homem provará então suas forças, seu poder, sua vocação para se tornar Deus. E, ao mesmo tempo, ele se deixa atormentar por uma ideia fixa, e, sob o império desta obsessão, sua liberdade começa a desaparecer, ele se torna escravo de forças estranhas. [...] Aquele que, na sua arbitrariedade, desconhece os limites de sua liberdade, vê esta liberdade sumir e cai no poder de idéias que o escravizam." (NICOLAI BERDIAEFF-filósofo russo 1874-1948) .
Após o conceito entremos no mundo do CHRIS CORNELL e sua música genial cujas letras nos tempos do SOUNDGARDEN nos remetem a esse mundo sombrio e de extremos. Vou colocar trechos de músicas que reforçam minhas convicções, no mais é pegar o nome das músicas ouvir no Youtube e tirar suas conclusões.
"The Day I Tried To Live" (O Dia que Eu Tentei Viver)
"Eu roubei milhares de trocados de mendigos
E dei tudo para os ricos
No dia em que tentei ganhar
Eu me dependurei entre os cabos de força
E deixei os mártires se virarem
As vidas que salvamos
Nunca parecem nos levar
A algum lugar, exceto à morte "
Nota-se total desprezo pela vida assim como subversão da moral e costumes não há imortalidade para o homem que nem deve possuir alma e assim o que lhe resta é somente a morte.
"Blow Up The Outside World" (Explodir o Mundo Exterior)
"Nada parece me matar, por mais que eu tente
Nada está fechando os meus olhos,
Nada consegue me derrotar para o teu sofrimento ou deleite,
E nada parece conseguir me quebrar,
por muito dura que seja a minha queda nada me pode quebrar mesmo.
Não é que seja pessoa de desistir, embora não seja invencível, eu sei.
Alguém tentou me dizer algo
Não deixes que o mundo te destrua'
Nada vai me matar antes que eu mesmo faça isso"
Vê-se nos versos uma auto-suficiência , indiferença e pragmatismo na qual o homem racional contra todos os conceitos de moral determina seu próprio destino como se fosse um deus ou um super homem podendo definir e decidir tudo a seu respeito inclusive sua própria morte não importando a quem possa inferir alguma consequência dos seus atos, a liberdade acima de tudo !
"Been Away Too Long" (Distante Por Muito Tempo)
"Você não pode ir para casa, não, juro que você nunca poderá
Você pode andar um milhão de milhas e não chegar a lugar algum
Não tenho para onde ir desde que retornei
Apenas preenchendo os espaços dos buracos até as rachaduras
Ei
E ninguém me conhece
Ninguém me salva
Ninguém me ama ou me odeia
Andei distante por muito tempo".
O poeta se sente extremamente só em sua jornada pois não existem sentimentos só a razão pra guiar seus dias portanto não pode se reconhecer em ninguém assim como ou longe ou perto o distanciamento vai estar sempre presente.
Os clipes do SOUNDGARDEN são sempre minimalistas parecem sair de um filme expressionista alemão, com jogos de claro e escuro, dentro de ambientes fechados remetendo a um clima tenso onde o importante é a música, o clima de abandono e perplexidade no qual o ser humano dentro do conceito niilista está inserido ora expressando sua dor e angústia ora pedindo que tudo se exploda e que venha um mundo novo.
O clipe da música " Spoonman " é magnífico alternando escuro e cor sempre que o percussionista entra em cena, e quando SOUNDGARDEN sai pra um ambiente aberto escolhe o deserto lugar metafórico pra meditação expiação e penitência isto no clipe da música "Jesus Christi Pose ".
Por essas e outras que considero CHRIS CORNELL um poeta niilista por excelência sua alma e sua essência sempre estiveram lá brigando entre a razão e a emoção o que me acalma o espírito é pensar que fisicamente ele pode ter morrido em Detroit mas deu tempo de sua alma se despedir de Seattle, durante seu último show cantou suas mais emblemáticas canções ,as quais lhe definiram como homem, músico e poeta.
Los Angeles (EUA) – De pioneiros como Chuck Berry a autênticos gênios da comédia como Jerry Lewis, a música e o cinema perderam grandes nomes em 2017 com as mortes de estrelas como Tom Petty, Roger Moore, Fats Domino, Jonathan Demme e Jeanne Moreau.
É difícil mensurar o impacto no rock and roll e a marca deixada por Chuck Berry, uma das primeiras lendas do gênero efervescente e jovem que revolucionou a música popular no século XX.
Autor de músicas inesquecíveis como “Johnny B. Goode” e “Maybellene”, Chuck Berry morreu aos 90 anos em sua casa nos arredores de St. Louis, no Missouri, nos Estados Unidos.
Também é impossível quantificar o peso para a comédia cheia de trejeitos, tropeços, equívocos e fantasias que teve Jerry Lewis, um dos maiores expoentes deste estilo, que morreu aos 91 anos.
Ator, diretor, produtor, roteirista e artista, Lewis formou uma dupla memorável do humor ao lado de Dean Martin e deixou para a posteridade filmes “O Mensageiro Trapalhão” (1960) e “O Professor Aloprado” (1963).
Com um perfil completamente diferente, mancante pela elegância e a finura do agente 007, outra perda do cinema foi a de Roger Moore, aos 89 anos. Protagonista de clássicos como “Com 007 Viva e Deixe Morrer” (1973) e “007 – O Espião Que Me Amava” (1977), o britânico foi o ator que mais vezes interpretou James Bond.
Outro britânico ilustre, John Hurt, conhecido por longas-metragens como “Alien – O Oitavo Passageiro” (1979) e “O Homem Elefante” (1980), faleceu aos 77 anos devido a um câncer de pâncreas.
Hurt era um ator cultuado, assim como Jeanne Moreau, musa da Nouvelle vague e lenda do cinema francês, uma enigmática atriz e cantora que trabalhou até o final de seus 89 anos e que entrou para a história do cinema por ter participado em joias da sétima arte como “Jules e Jim – Uma Mulher para Dois” (1962).
A televisão americana se despediu de outro ícone feminino: Mary Tyler Moore, que morreu aos 80 anos. A atriz se transformou em um símbolo da mulher moderna e independente com “The Mary Tyler Moore Show”.
Mais jovem, com 73 anos, faleceu Jonathan Demme, diretor de “O Silêncio dos Inocentes” (1991) um dos três filmes – junto a “Aconteceu Naquela Noite” (1934) e “Um Estranho no Ninho” (1975) – que ganharam os cincos prêmios mais importantes do Oscar: melhores filme, diretor, ator, atriz e roteiro.
Com olhar penetrante e a imponente presença de um “cowboy”, morreu com a mesma idade o ator e escritor Sam Shepard, roteirista de “Paris, Texas” (1984) e protagonista de “Os Eleitos – Onde o Futuro Começa” (1983).
O cinema de terror disse adeus a dois brilhantes professores do gênero: George A. Romero (“A Noite dos Mortos-Vivos”, 1968) e Tobe Hooper (“O Massacre da Serra Elétrica”, 1974; e “Poltergeist: O Fenômeno”, 1982).
Martin Landau, ganhador do Oscar de melhor ator coadjuvante pelo papel em “Ed Wood” (1994), foi outro dos rostos conhecidos que faleceram em 2017, um ano também marcado pelo adeus de Harry Dean Stanton, Miguel Ferrer, Emmanuelle Riva, Anita Pallenberg, Bill Paxton, Frank Vincent e Michael Nyqvist.
Um das mortes mais inesperadas no mundo da música foi a de Tom Petty, aos 66 anos. Enorme expoente do rock americano mais intenso e apaixonado, o cantor se tornou eterno com músicas como “American Girl” e “Free Fallin”.
Os fãs do grunge tiveram que se despedir de Chris Cornell, vocalista das bandas Soundgarden e Audioslave, que se suicidou aos 52 anos, em Detroit. Amigo íntimo de Cornell e vocalista do Linkin Park, Chester Bennington também tirou a própria vida aos 41 anos, em Los Angeles.
De estilo totalmente diferente e autor do hit “Blueberry Hill”, Fats Domino, mestre do piano que influenciou os inícios do rock, morreu aos 89 anos em sua amada e natal Nova Orleans.
Os fãs de rock também se despediram em 2017 dos guitarristas Gregg Allman, do Allman Brothers Band; Malcolm Young, do AC/DC; J. Geils, do The J. Geils Band, e Walter Becker, do Steely Dan.
O ano também foi marcado pelas mortes do ícone do rock francês, Johnny Hallyday, dos astros do country Glen Campbell e Don Williams, do crooner Al Jarreau, da lenda do soul Charles Bradley, do rapper Prodigy – da dupla Mobb Deep -, e da estrela do pop juvenil dos anos 70 David Cassidy. EFE
SCOTT WEILAND, (STONE TEMPLE PILOTS VELVET REVOLVER) divulgou seu livro de memórias “Not Dead Not For Sale” em 2011 e citou algumas passagens. Uma dessas foi o estupro que sofreu quando tinha 12 anos. “Era um cara musculoso, um colega de escola que andava de ônibus comigo, todos os dias, para ir à escola... Ele me convidou para ir à casa dele. Foi rápido, não agradável. Eu estava com muito medo de contar a alguém”, disse Weiland. O vocalista disse que o estuprador o ameaçou caso ele contasse a alguém sobre o acontecido. “Esta é uma memória que eu reprimia até poucos anos atrás, quando, na reabilitação, veio à tona. Terapia faz isso para você.", acrescenta.
O livro conta várias revelações chocantes do vocalista de 43 anos. Scott também falou de suas experiências com a heroína e a primeira vez que a usou, antes de um show do Stone Temple Pilots em Nova York. “A heroína levou-me para onde eu sempre sonhei em ir e eu não posso falar o nome do lugar, mas posso dizer que eu estava intacto e sem medo, um homem livre flutuando em um espaço sem demônios nem dúvidas.”, disse.
E ele fala dos seus antigos colegas do Velvet Revolver: “Quando eu disse aos caras que nós teríamos que perder alguns shows porque eu precisava de tratamento (contra as drogas), as suas reações me chocaram. Disseram que eu teria que pagá-los por causa dos cancelamentos. Eu lembro que quando eles recaíram e precisaram de reabilitação, eu tive que apoiá-los completamente. Mas não fazia diferença para eles".
Scott Weiland, vocalista original do STONE TEMPLE PILOTS, faleceu em 03 de Dezembro/2015. Segue a postagem em rede social do empresário da banda, Steve Stewart, para marcar os 02 anos da sua morte - conforme noticiado pelo site Alternative Nation.
“Conhecia Scott desde meados da década de 80, quando as nossas bandas de garagem tocaram juntos num show em Orange County, California. À medida que crescemos, o caminho dele o levou a continuar na evolução da sua banda, com troca de nomes até virar o STONE TEMPLE PILOTS - enquanto eu me dediquei aos estudos para trabalhar no lado comercial da música. Os nossos caminhos se cruzaram novamente em 1990, quando ele e Robert DeLeo (baixista) me convidaram para almoçar e perguntaram se eu poderia ajudar a obter um acordo com alguma gravadora. Nesta época eu era empresário do rapper ICE-T e fiz alguns contatos na indústria da música. Quase 02 anos depois, fechamos um contrato com a Atlantic Records. Trabalhei com Scott e com o STONE TEMPLE PILOTS nos próximos 04 álbuns de estúdio e vivenciei uma fase marcante para o que se tornou numa das histórias mais exclusivas do rock moderno e o fim de uma era na indústria da música”.
“O que sempre me chamou a atenção sobre Scott era como ele ficava sozinho na maior parte do tempo. Para todas as pessoas e coisas que ele tinha ao seu redor, eu sempre senti que ele estava de alguma forma separado das pessoas. Às vezes, tudo o que ele queria era alguém para se sentar ao lado dele e me lembro de uma noite depois de um show, quando estávamos presos no trânsito em nosso ônibus de turnê. O ônibus estava cheio com umas 12 pessoas mais ou menos, onde todos estavam dormindo depois de trabalharmos a noite toda. Scott estava na sala da frente, atrás do motorista, e eu estava sentado ao lado do motorista observando a estrada. Quando me levantei e fui para o meu beliche para dormir um pouco, Scott olhou para cima do videogame que ele estava jogando e me disse: ‘Você não vai ficar aqui comigo? Eu não quero ficar sozinho...’”
“Eu pensei que havia sido uma coisa estranha para se dizer, pois havia uma dúzia de pessoas ali no ônibus também. Sabe, isso sempre ficou marcado em mim e eu vi outros exemplos disso ao longo dos anos do quanto ele precisava de alguém para compartilhar a sua jornada. Mesmo que ninguém jamais satisfez a sua necessidade, acho que era algo que ele sempre ansiava e talvez nunca encontrou na sua vida”.
“Eu sempre conseguia enxergar o menino que havia nele, tipo um garoto procurando a aprovação do seu pai... Embora os anos e as armadilhas da fama muitas vezes o obscureceram, de vez em quando eu o via através daquele pequeno e momentâneo sorriso que ele demonstrava. Aqueles eram os instantes quando ele estava realmente orgulhoso de si mesmo e aquele era o Scott que eu conhecia das antigas. Sempre vou me lembrar dele assim...”
“Eu sempre pensei que ele iria superar os seus conflitos internos e talvez no final ele finalmente conseguiu... As minhas orações estarão sempre com sua família e filhos”.
O baterista do FOO FIGHTERS, Taylor Hawkins, falou sobre o SOUNDGARDEN e o falecimento de Chris Cornell em uma nova entrevista para o site Modern Drummer.
"Musicalmente, todos nós viemos das mesmas origens, sabe? Dave (frontman do FOO FIGHTERS) e eu amávamos a rádio quando éramos crianças... Escutávamos bandas como: THE POLICE, LED ZEPPELIN, QUEEN, BEATLES, SOUNDGARDEN... Foram bandas que realmente nos vincularam e nós 02 achamos Matt Cameron um mestre na bateria (baterista do SOUNDGARDEN e do PEARL JAM)”.
“Matt é sem dúvida um dos melhores bateristas do mundo e ponto final! Chris Cornell foi um dos meus grandes heróis e a sua perda foi muito devastadora. Eu simplesmente não consigo superar a sua morte... O último álbum de estúdio que o SOUNDGARDEN lançou, ‘King Animal’ (6º disco, 2012), foi um complemento perfeito para onde eles estavam indo sonoramente como uma banda. Sem dúvida é um dos melhores álbuns de sua discografia e Matt com Chris juntos foi uma combinação mágica”.
“SOUNDGARDEN é uma ótima banda! Eles estavam preparando um novo álbum que seria lançado agora no final de 2017, sabe? Eu tenho 45 anos de idade e se você fosse um músico em nossa faixa etária e escutasse o SOUNDGARDEN chegando, cara..., você saberia que esses caras são músicos sérios tocando com o coração e a alma".
Confira o áudio da canção "Non State Actor", lançada neste último álbum de estúdio do SOUNDGARDEN, "King Animal":
Uma ferida amarrada do vocalista Layne Staley em mente e melodia, sincopada a um riff bem enrolado da guitarra de Jerry Cantrell, ambos nos rodeando com uma corda que vai amarrando vagarosamente cada vez mais e mais forte - até ficarmos presos sentado numa cadeira.
A canção "Angry Chair" do ALICE IN CHAINS, lançada há 25 anos como um dos singles do clássico álbum “Dirt” (3º trabalho de estúdio, 1992), no decorrer dos anos não afrouxou nem um pouco as suas cordas e continua chiando em eletrocussão.
Layne Staley escreveu as letras e compôs esta que é uma das melhores e mais conhecidas canções do ALICE IN CHAINS. Sobre um ritmo frouxo e flexível, Cantrell faz riffs como uma cobra afundando os dentes na asfixia de Staley, em um quarto escuro com "velas vermelhas" em sua "prisão corporativa", onde Staley canta: "Sombras dançando em todos os lugares / Queimando na cadeira raivosa".
Muitas das músicas do ALICE IN CHAINS nos dominaram ao longo dos anos e "Angry Chair" remonta ao tema do primeiro hit da banda, mais parecendo uma sequência da clássica música que fez o grupo ficar conhecido no mundo inteiro, "Man in The Box" (lançada no 1º álbum de estúdio, “Facelift”, 1990). Sendo outro prisioneiro agarrando a sua última compreensão da realidade, Layne admite o seu erro, cantando: "O menino cometeu um erro / Nuvem rosa agora se transformou em cinza".
Logo depois ele está olhando para a religião como a sua última chance, cantando: "Fique de joelhos e ore menino", mas provavelmente já é tarde demais quando ele canta linhas de desesperança, como: "Perdi a cabeça / Mas não me importo" e "Tão pouca esperança que eu morri".
Embora pareça extremamente pessoal, Staley ainda reconhece que ele não é o único a sentir essa dor, enquanto canta: "Prisão corporativa / Nós estamos / Sou um menino aborrecido / Trabalho o dia todo / Então, estou amarrado de qualquer maneira". Aqui, referenciando os negócios da indústria da música e a banda que o rodeia, ele não faz parte de um homem contra o mundo, mas apenas demonstrando a sensação do grupo em relação às flechadas do mainstream.
Enterrado como a penúltima canção do disco, “Angry Chair” se associa com a clássica música que finaliza o álbum, "Would", para formar, talvez, as melhores 02 últimas canções de qualquer álbum na história do rock - assim como assentou o lugar digno do ALICE IN CHAINS ao leque das bandas imortais.
Confira o clássico vídeo clipe da música "Angry Chair" e que foi febre na MTV nos anos 90:
No livro autobiográfico da baterista do HOLE, Patty Schemel ("Hit So Hard"), é relatado que ela e outras lendas do grunge lutaram durante toda a sua vida contra a dependência de drogas. Ela conta uma história sobre o vocalista original do ALICE IN CHAINS, Layne Staley, ter providenciado a vinda de drogas para si mesmo, Kurt Cobain e outras pessoas, quando as bandas ALICE IN CHAINS, NIRVANA, L7 e RED HOT CHILI PEPPERS fizeram parte do Hollywood Rock Festival em 1993, aqui no Brasil.
"Eu nunca iria adivinhar que Layne Staley pediu para Maria, uma de nossas traficantes em Seattle, pegar um avião até ao Brasil trazendo muita heroína e todos os tipos de parafernálias para nós. Eu não sei como ela conseguiu fazer isso... Talvez ela tivesse amigos ou parentes no Brasil, ou talvez ela havia dito que as seringas eram para o seu tratamento de diabetes”.
“Depois daquela 1ª noite em São Paulo, Kurt, Courtney, eu, o pessoal do ALICE IN CHAINS e todas as meninas do L7, passamos uma noite juntos numa suíte do hotel em que estávamos hospedados - onde recepcionamos Maria”.
“Num certo ponto, Kurt falou que queria fazer um speedball em si (uma mistura de cocaína com heroína), quando Courtney respondeu: ‘Ah, não! Você não!’ Courtney não gostava da idéia dele misturar as drogas, pois ela lidou com as consequências em ter que ressuscitá-lo no passado por causa disso, mas eu a desafiei e deixei para Kurt uma tampa de garrafa cheia de cocaína escondida no banheiro”.
O livro de David de Sola lançado em 2015, “Alice in Chains: The Untold Story”, também descreve sobre Cobain e Staley enquanto as suas bandas estavam no Brasil para a apresentação no festival.
Para o choque e consternação de ambos, os dois viciados descobriram que havia cocaína em abundância no Brasil, mas que não era de boa qualidade. Cobain concordou em pagar pelo produto se Staley bancasse o custo da viagem de avião para trazer Maria.
Numa noite, já no Rio de Janeiro para a 2ª apresentação das bandas no festival, o baixista original do ALICE IN CHAINS, Mike Starr - que tinha acabado de ser demitido da banda - afirmou que ele realmente havia morrido e voltou à vida quando foi ressuscitado por Cobain e Staley.
Mike Starr, que faleceu em 2011, relatou: "Primeiro, Layne tentou me ressuscitar algumas vezes. Então, Kurt assumiu o processo e depois Layne tentou novamente e eles me disseram que eu fiquei morto por mais de 11 minutos".
A baterista do HOLE, Patty Schemel, foi recentemente entrevistada pelo programa Do You Know Jack para falar um pouco sobre o seu novo livro autobiográfico.
Jornalista: "Um momento que me chamou a atenção no seu livro, é sobre uma história de quando você estava usando heroína em uma das primeiras vezes e se deparou com Layne Staley (vocalista original do ALICE IN CHAINS). Você relatou que Layne estava tendo uma conversa perfeitamente normal, mas que ele estava injetando heroína diretamente em uma veia no pescoço, como se não fosse nada de mais...”
Patty Schemel: "Para alguém que tem o hábito de usar heroína, não há fim para o seu dinheiro, sabe? Você pode ter acesso constantemente e torna-se difícil de parar. Eu acho que isso tem a ver também com a forma de como todos nós nos automedicávamos naquela época. Claro que nessa época eu ainda não estava acostumada com isso, mas a situação havia chegado a esse ponto e ver essa cena me marcou também".
The Hellcat Saints é uma das bandas que definitivamente merece a alcunha de “supergrupo”.
A banda possui um lineup rotativo com membros de bandas como Alice In Chains, Nine Inch Nails, Weezer, The Cult, Velvet Revolver e, no passado, contava com os vocais de Chester Bennington, do Linkin Park.
O objetivo do grupo era pura diversão: com setlists completamente formados por covers, a banda se apresentava de vez em quando pelos Estados Unidos em ocasiões especiais.
Agora, o Hellcat Saints acaba de confirmar sua presença em um evento beneficente que acontecerá em Los Angeles no dia 8 de Dezembro — lá, eles serão a banda de abertura do Jane’s Addiction.
O evento é organizado pela Rhonda’s Kiss, organização beneficente cujo objetivo é auxiliar pessoas com câncer. Toda a renda arrecadada com o show será revertida para o Cedars-Sinai Samuel Oschin Comprehensive Cancer Institute.
Até o momento, sabe-se que a formação do Hellcat Saints contará com Jerry Cantrell (Alice In Chains), Josh Freese (Nine Inch Nails), Billy Duffy (The Cult), Dave Kushner (Velvet Revolver), Franky Perez (Apocalypta), Scott Shriner (Weezer) e muitos outros.
Caso interesse, você pode adquirir ingressos para o evento clicando aqui. Confira antigos vídeos do grupo se apresentando logo abaixo.