Há exatos 50 anos nascia em Seattle o vocalista, dono de uma das vozes mais marcantes do rock, frontman de uma das maiores bandas que surgiram e explodiram nos anos 90 com o movimento grunge, nascia Layne Thomas Staley, a voz principal do Alice in Chains!
Layne nasceu em Kirkland, cidade de Washington, aquele típico estereótipo do menino calado, que pouco aparecia ou se fazia presente, e sofrendo o baque da separação de seus pais quando tinha 7 anos de idade, indo morar com a mãe e irmãs, Layne se distanciou do pai, que só viria a reencontrar muitos anos mais tarde.
Tomando gosto pela música, aprendeu a tocar bateria aos 12 anos de idade, mas sua real vontade era ser um cantor, ainda assim, passando por várias bandas no posto com as baquetas.
Passando ao microfone, Layne cria uma nova banda, antes chamada de Sleaze, passa a ser chamada de Alice N' Chains, que fazia covers, entre vários até mesmo Slayer e algumas músicas próprias.
Em 87, Layne decide deixar a banda, e no meio de uma festa, conhece Jerry Cantrell, um alguém chegando recentemente em Seattle, e sem lugar para ficar, recebe um convite de Staley para morar junto em uma espécie de casa/estúdio, que segundo as palavras de Cantrell, era um lugar pouco convidativo. De conversas idas e vindas, Jerry descobre a saída de Layne de sua antiga banda, e de imediato o convida para integrar sua banda, a Diamond Lie, que se tratava do mesmo estilo. Mike Starr, um conhecido de Jerry, recebe o convite de ser o baixista, este aceitando traz consigo o baterista Sean Kinney, e assim saíram tocando por bares e clubes pequenos. Em sua quase toda duração, os shows da banda eram feitos também por covers e poucas canções próprias, com a intenção de ganharem algumas cervejas e se arriscarem com algumas mulheres. Durante um ano e meio a intenção dos integrantes foi essa, até se depararem com a questão do que realmente queriam com aquilo tudo, e foi nesse instante que os rumos foram mudados, a banda decidiu se tornar algo profissional, viver daquilo e levarem a sério, assim mudaram o nome da banda, fazendo alusão a antiga de Layne e se rebatizaram de Alice in Chains! Logo começaram a gravar demos, ganharem certa notoriedade, e conseguiram gravar seu EP, "We Die Young", que saiu pela Columbia Records, em julho de 1990. A música principal do EP ganhou fama em rádios especializadas, e foi responsável por abrir caminho para "Facelift", primeiro álbum da banda, que trazia a música responsável por definitivamente mostrar ao mundo o Alice in Chains. Se tratava de Man in the Box, que teve um vídeo reprisado excessivamente pela MTV, e com isso, as turnês com bandas grandes como Extreme, Megadeth e Slayer começaram.
Em 92, se a banda não tinha alguma visibilidade em algum lugar, isso passa a ser extinguido quando a banda íntegra a música principal da trilha sonora do filme "Vida de Solteiro", com a faixa "Would", fazendo ainda uma aparição no próprio filme.
Um ano após, o Alice in Chains passa pelo Brasil no festival Hollywood Rock, que contou com várias bandas do gênero grunge, inclusive o Nirvana e L7.
Mas em 94, a banda passa por um clima ruim, onde shows são cancelados, ânimos ficam alterados e uma pausa nas atividades da banda é anunciada, e foi nesse período que Layne começou a se apresentar com a banda The Gacy Bunch, com integrantes do Pearl Jam e Screeming Trees, que em seguida passou a se chamar Mad Season, lançando um único álbum, "Above". E existe uma versão da história da banda, onde o convite para vocalista teria sido direcionado primeiro a Chris Cornell, este recusando, foi passado a Layne, fato que futuramente, mesmo não havendo confirmação do mesmo, se repetiria mas ao inverso, com Layne sendo o primeiro a ser chamado para ser a voz do Audioslave.
Após esse período, o AIC retoma suas atividades, lançando o último registro oficial de álbum com Layne nos vocais, o álbum homônimo que trazia um tom bastante obscuros e pesado, mas uma turnê do disco não foi possível de se realizar, devido a frágil saúde de Layne provinda de seus abuso com drogas, reaparecendo em 96 com seu acústico para a MTV na série Unpuggled, era visível como o vocalista se encontrava extremamente debilitado. Neste show, a banda apresentou uma música inédita, a "Killer is Me".
Mesmo com a fraca condição de saúde de Staley, alguns shows foram realizados após esta gravação, abrindo para o Kiss, substituindo o Stone Temple Pilots, que também enfrentava problemas com drogas de seu vocalista, Scott Weiland, e no dia 3 de julho realizam seu último show com Layne frente à banda. Ainda no ano de 96, a noiva do vocalista falece, vítima de uma endocardite infecciosa, provindas de seu também abuso de drogas, o que levou à ruína definitiva de Staley, o tornando uma pessoa reclusa e distante de todos, e nesse período, a banda se separa mais uma vez e Cantrell lança seu primeiro álbum solo, o "Boggy Depot"
Em 98, Layne se reuniu com seus companheiros de banda para gravar duas músicas inéditas para uma coletânea com demos, faixas raras e etc., eram elas, "Get Born Again" e "Died", o derradeiro trabalho.
Após isso, Layne se fechou para o mundo, vivendo a maior parte dos seus dias trancafiado em seu apartamento jogando vídeo game, pintado ou escrevendo, e cada vez mais se entregando a seu vício.
As poucas pessoas que tiveram algum contato com ele nesse período, descrevem a figura do próprio como algo escatológico, que não me convém reproduzir aqui, e se fechando para qualquer ajuda oferecida para sair dessa situação, inclusive de uma tentativa feita por John Frusciante do Red Hot Chili Peppers.
Nancy McCaullun mãe do cantor, foi até seu apartamento para lhe informar da morte de seu ex-cunhado, irmão de Demri Parrot, a falecida noiva de Layne, mas este não a respondeu, visto que ele não movimentava sua conta bancária há duas semanas, e não respondia a nenhuma chamada de telefone, Nancy ligou para seu ex-marido e para a polícia e pediu para que arrombassem a porta do local, e assim, no dia 19 de abril de 2001 era confirmada a perda de Layne Staley, encontrado já em estado de decomposição, sentado em um sofá em frente à TV ainda ligada, algumas latas de tinta e uma porção de cocaína. A polícia entrou no local primeiro e recomendou a Nancy que ela não entrasse ali para ser poupada da cena, mas está relutando, disse:"Eu aguento. Sempre me prometi que se algo acontecesse com meus filhos, eu estaria lá", e assim o fez, ficando alguns minutos sentada ao lado do filho, dizendo que sentia muito como as coisas haviam acontecido.
Várias pessoas do meio, além dos companheiros de banda, como Pearl Jam, Ann Wilson que havia gravado com a banda, Mark Lanegan, se pronunciaram sobre a perda, e várias homenagens póstumas surgiram, inclusive o segundo disco solo de Cantrell, "Degradation Trip" foi dedicado ao amigo.
Fica aqui registrado a homenagem ao dia de hoje, queríamos que Layne estivesse por aqui e sentisse todo o carinho que várias pessoas do mundo inteiro tem por ele, mas foi mais um que nos foi tirado precocemente, assim como as perdas que passamos esse ano e ainda digerimos, com Chris Cornell e Chester Bennington. Termino esse pequeno e singelo lembrete deste que colocou seu nome em altos patamares de vocalistas e dos mais lembrados com uma das canções, se não a mais significatva música entoada por sua voz...
"E ainda assim eu luto, e ainda assim eu luto
Esta batalha completamente sozinho
Ninguém com quem chorar
Nenhum lugar para chamar de lar"
FONTE: Por Marcio Machado, whiplash.net
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