Dave Grohl está relançando sua biografia, intitulada This Is A Call: The Life and Times of Dave Grohl, para celebrar os 10 anos da obra e atualizar algumas histórias presentes no livro.
Em um trecho divulgado pela Loudersound, o líder do Foo Fighters conversa com o escritor Paul Brannigan sobre seus pensamentos conflitantes sobre o legado do Nirvana e sobre In Utero, último disco lançado pela banda do saudoso Kurt Cobain e que para Dave é “um álbum sombrio pra porra”.
Inicialmente, a parte da biografia destacada pelo site descreve uma visita de Dave e suas filhas Violet e Harper à exposição Nirvana: Levando o Punk às Massas, no Experience Music Project em Seattle no mesmo dia em que ele ia participar de um show de Paul McCartney.
Enquanto caminhava pela mostra, Dave Grohl revela que ficou surpreso com o interesse das pessoas pela história do Nirvana. Ele disse:
" […] vi pessoas caminhando lentamente pelo corredor, lendo cada cartão e olhando cada peça: as pessoas estavam genuinamente interessadas em, tipo, uma velha camisa minha, ou minha bateria velha empoeirada. Havia muito interesse no Nirvana e eu não conseguia acreditar, fiquei tão impressionado, tipo, uau. Eu estava olhando para todos realmente percebendo essas coisas, como se estivessem no meio do nosso mundo, e foi a primeira vez que pensei em nosso – entre aspas – ‘legado’. Eu não tenho a mesma perspectiva, porque eu estava lá, e era eu, e é uma memória real. "
Em seguida, o escritor Paul Brannigan conta que, duas semanas depois da viagem de Grohl para Seattle, eles estavam conversando sobre a edição especial de 20 anos do In Utero que seria lançada com o álbum original expandido para incluir singles lado B contemporâneos, demos embrionárias e muitos outros materiais.
Sobre o novo lançamento e o disco que é sucessor do aclamado Nevermind, Grohl declarou:
" Acho que com a reedição as pessoas vão ouvir coisas que nunca ouviram e talvez aprender um pouco mais sobre a banda, ou entender a banda um pouco mais. Esse álbum capturou um momento no tempo para a banda e é definitivamente uma representação precisa da época… que era sombria. É um álbum sombrio pra porra.
Eu não gosto de ouvir esse disco. É estranho para mim. Eu ouço músicas no rádio de vez em quando e gosto da diferença sonora de ouvir ‘All Apologies’ ou ‘Heart-Shaped Box’ no meio de um monte de música de rádio de rock moderno superproduzido porque se destaca, mas liricamente e conceitualmente não é algo que eu gosto de revisitar com muita frequência. Mas talvez o que eu mais ame nesse álbum seja o som da urgência e o som de nós três tocando em uma sala. "
Ainda falando sobre o terceiro disco do Nirvana, Grohl destaca que In Utero e Nevermind são “dois álbuns totalmente diferentes” e explica seu ponto:
" ‘Nevermind’ foi intencional; por mais que qualquer revisionista possa dizer que foi uma versão inventada do Nirvana, não foi: nós fomos lá para fazer aquele disco, ensaiamos horas e horas e horas, dia após dia, para chegar a ‘Nevermind’. Mas ‘In Utero’ era tão diferente. Não houve nenhum processo trabalhoso, foi apenas… bleurgh, simplesmente saiu, como um expurgo, e foi tão puro e natural.
E de ambas as coisas estou muito orgulhoso. O exercício estruturado de fazer um álbum como ‘Nevermind’ versus o expurgo imprudente de fazer um álbum como ‘In Utero’. Se você conseguir fazer um desses álbuns durante sua vida, terá sorte. Temos dois em sequência, e isso é incrível.
Obviamente, ‘In Utero’ foi uma resposta direta ao sucesso e ao som de ‘Nevermind’. Nós apenas nos empurramos na outra direção, tipo, ‘Ah, sério, é disso que você gosta? Bem, aqui está o que vamos fazer agora!’. Mas é um álbum difícil de ouvir do começo ao fim para mim. Por ser tão real, e por ser uma representação tão precisa da banda na época, traz de volta outras memórias, faz minha pele ficar arrepiada.
É engraçado. Passo muito tempo planejando coisas que estão por vir, não passo muito tempo pensando nas coisas que fiz. Mas ‘In Utero’, cara, que viagem. "
Fonte:tenhomaisdiscosqueamigos.com
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