sexta-feira, 9 de junho de 2017

Crítica de música: Mark Lanegan Grunge como nunca

No último álbum, o ex-Screaming Trees dá novo fôlego ao som de Seattle. Será que ainda vai a tempo? É verdade que, em virtude de uma menor exposição comercial, Mark Lanegan é, a par de Eddie Vedder (Pearl Jam), um dos últimos sobreviventes de uma geração que mudou o panorama musical na década de 90. Também é curioso notar que Lanegan soube envelhecer bem e, em termos musicais, é actualmente um compositor mais profícuo do que na era dos Screaming Trees.

A sua interpretação - e, de certo modo, até a sonoridade que pratica – é cada vez mais contígua a ícones como Tom Waits, ou até Nick Cave, e nesse aspecto, Gargoyle não é uma excepção. Há uma base blues rock vincada, sendo que, no entanto, este disco tem uns laivos shoegaze que lhe acrescentam uma dimensão distinta comparativamente aos trabalhos mais recentes do cantor norte-americano. Tal como se percebe que Lanegan apostou, também, numa recuperação – ou pelo menos, reinvenção – dos cânones musicais que marcaram a sua carreira nos anos 90.

Gargoyle tem o mérito de nos fazer acreditar que, se o grunge fosse inventado hoje, possivelmente, soaria muito mais a isto do que a Even Flow.




FONTE: www.sabado.pt por Filipe Lamelas

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